METRÓPOLES
Não só o prazer, mas também a própria genitália das mulheres é pouco conhecida e envolta em tabus e crenças controversas. Prova disso é que o clitóris (único órgão que existe apenas para o prazer e tem o dobro de terminações nervosas do pênis) só foi mapeado em 2009.
O desconhecimento vem muitas vezes também por parte das mulheres, que desconhecem o próprio corpo. E na genitália feminina existe uma “pele” da qual muito se fala, mas pouco realmente se sabe – o hímen.
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Considerado por muito tempo um símbolo da virgindade, o hímen é, de acordo com a ginecologista da plataforma Sexo Sem Dúvida, Giórgia Pasquali, uma membrana presente na entrada da vagina. “É um resquício embrionário, resultante da formação da vagina da menina ainda dentro do útero materno”, explica.
Qual a função?
A grosso modo, o hímen “apenas existe” e não tem função alguma. Há quem acredite que ele desempenha o papel de proteger as mulheres de possíveis infecções, mas Giórgia garante que não existe comprovação científica quanto a isso.
Ele também não tem interferência alguma no prazer durante o sexo, já que não possui terminações nervosas. A ginecologista ainda explica que no momento do rompimento, durante o ato sexual, não necessariamente vá sair sangue. “Depende da quantidade de vasos sanguíneos presentes na membrana”, diz.
Além do sexo, o hímen pode ser rompido com o uso de brinquedos sexuais ou até mesmo traumas na região pélvica, como quedas. Mas a médica desmente uma crença que a maior parte das pessoas tem: raramente haverá rompimento com absorventes internos. “O diâmetro é muito menor que de um pênis”, explica.
Tipos de hímen
Apesar de não ter função biológica, o hímen pode existir em cinco formas diferentes no corpo feminino, e algumas delas podem chegar a atrapalhar as relações sexuais. Confira a explicação da especialista sobre cada um deles:
Anular: “É o mais frequente. Possui apenas um orifício central na membrana”.
Complacente: “Também possui apenas um orifício central, porém sua membrana é mais forte e mais elástica. Por isso, dificilmente se rompe durante o ato sexual. Por ser flexível, ele se adapta à penetração”.
Septado: “Possui um único orifício, mas existe uma pequena pele que divide o orifício em dois. Por ser mais resistente à penetração, ele pode estar associado às dificuldades para ter as primeiras relações. A boa notícia é que o incômodo pode ser facilmente resolvido com um pequeno procedimento ambulatorial, em que removemos a pele do orifício”.
Cribiforme: “Nele existem vários orifícios menores, semelhante a uma peneira. Também pode necessitar de intervenção cirúrgica por dificultar a penetração”.
Imperfurado: “É muito raro, mas costuma ser detectado muito antes do início da vida sexual da mulher. A procura por atendimento médico costuma acontecer pela ausência de menstruação em menina na puberdade, porque o sangramento fica retido, dores em baixo ventre e aumento do abdome. Neste caso, o tratamento é sempre cirúrgico”.