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Cuiabá, 26 de Dezembro de 2024
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30 de Setembro de 2013, 16h:47 - A | A

CIDADES / CRIME DE ENCOMENDA

Morte de Sávio completa 11 anos; Arcanjo será julgado em outubro

Sávio Brandão foi alvejado por tiros de uma pistola calibre 9 milímetros na frente da sede do Jornal Folha do Estado

ALINE FRANCISCO



A morte do jornalista e proprietário do Jornal Folha do Estado, Sávio Brandão, completa 11 anos nesta segunda-feira (30), e o acusado de ter cometido o crime, o ex-bicheiro, João Arcanjo Ribeiro, está com o julgamento marcado para o mês de outubro, a data foi definida para o dia 24 de outubro, às 8h.

Sávio Brandão foi alvejado por tiros de uma pistola calibre 9 milímetros na frente da sede do Jornal Folha do Estado, localizada no bairro Senhor dos Passos, em Cuiabá. O crime aconteceu no dia 30 de setembro de 2002, por volta das 15h30.

As investigações realizadas pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual apontaram o ex-cabo da Polícia Militar, Hércules de Araújo como autor dos tiros que mataram Brandão. De acordo com a denúncia, Hércules teve a ajuda de Fernando Barbosa Belo, que pilotava a moto no dia do crime e do ex-policial militar Célio Alves, ele deu apoio logístico, pois durante dias ele acompanhou o dia a dia de Sávio Brandão e repassou as informações para o pistoleiro Hércules. Outro envolvido, responsável por intermediar a contratação de pistoleiros, segundo a polícia, seria João Leite.

Hércules já foi condenado a 18 anos de prisão e atualmente cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima de Porto Velho, no estado de Rondônia. Belo foi condenado a 13 anos de prisão. Ele foi morto numa quarta-feira, 29 de outubro de 2010, com quatro tiros nas costas. O crime ocorreu na Rua Comodoro, próximo ao mercado RR, no bairro Dr. Fábio, em Cuiabá. Célio Alves foi condenado a 17 anos e 6 meses de prisão e também está preso em Rondônia. João Leite foi condenado a 15 anos de prisão.

Dos envolvidos no crime, resta ser julgado João Arcanjo Ribeiro, que foi apontado como mandante do crime, e denunciado pelo crime de homicídio qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima). De acordo com as investigações, Arcanjo era líder de uma quadrilha que chefiava o jogo do bicho em Mato Grosso. Segundo os autos, ele encomendou a morte do empresário Sávio Brandão devido a denúncias feitas sobre o esquema criminoso e a construção ilegal de uma usina hidrelétrica, próximo a Tangará da Serra, distante 239 Km de Cuiabá.

O julgamento será realizado no Fórum da Capital. O Ministério Público intimou quatro testemunhas, o senador Pedro Taques, o delegado Luciano Inácio da Silva, Luiza Marília de Barros Lima e Ciro Braga Neto. Já a defesa arrolou cinco testemunhas Ronaldo Neves Costa, Maria Luiza Clementino de Souza, André Castillo, Edimar Pereira Braga e Saulo Aparecido Pavan da Silva.

A prisão preventiva de Arcanjo foi decretada no momento em que denúncia foi recebida, contudo, na época ele não foi localizado e por isso foi citado por edital. Tido chefe do crime organizado em Mato Grosso à época, Arcanjo não atendeu ao chamamento judicial e foi decretada revelia, com suspensão do processo e do curso do prazo prescricional. Ele acabou preso no Uruguai e depois extraditado para o Brasil no dia 11 de março de 2006. Quando estava no Uruguai, ele foi interrogado via carta precatória e depois de preso no Brasil voltou a ser interrogado, mas sempre permaneceu calado.

Nas alegações finais, a defesa de Arcanjo, feita pelo advogado Zaid Arbid, pleiteou a impronúncia do acusado, alegando a inexistência de circunstâncias e indícios suficientes, conhecidos e provados, sobre a sua participação no crime. Contudo, ele foi pronunciado, com manutenção da sua prisão cautelar.

 

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