MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
A mãe de Isabele, a empresária Patrícia Hellen Guimarães Ramos, recebeu, pela segunda vez, o em sua casa e falou sobre como é completar quatro meses da morte de sua filha, no dia do que deveria ser o seu aniversário de 15 anos, e ninguém ter sido punido. Emocionada, Patrícia afirma que queria, no dia 12 de novembro (aniversário de Isabele), olhar nos olhos da sua filha e agradecer a mulher que ela se tornou.
“Eu também diria que estou muito feliz com a presença dela. Com certeza a casa estaria toda enfeitada. Eu ia preparar as coisas que eu já tinha planejado... Eu já tinha tudo em mente para fazer uma surpresa nesse dia e fazer tudo que sempre fiz pelos meus filhos com muito carinho e amor. Não seria nada diferente com ela”, partilha a mãe.
Isabele morreu após levar um tiro da amiga B.O.C., de 15 anos, no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
Patrícia, que perdeu o marido há dois anos, conta que o pai de Isabele e ela eram muito parecidos. O casal já planejava o aniversário de 15 anos há muito tempo.
“Além da Bele eu perdi o Johnny e ela era muito parecida com ele, então quando eu olhava para o rostinho dela eu lembrava muito do meu marido. Eu vi ela crescer com todos os traços do pai”, se emociona.
Apesar dos dias difíceis, a mãe afirma que está confiante que a Justiça será feita e que ela se sente um pouco aliviada com as denúncias representadas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
(veja entrevista abaixo)
O caso
O Ministério Público chegou a pedir e a Justiça deferiu a internação provisória da atiradora B., mas ela passou apenas uma noite no Pomeri, sendo solta após uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça. Na semana passada, o MP deu parecer novamente pela internação da menor, até a conclusão do processo, e o pedido de habeas corpus será julgado pela 3ª Câmara Criminal do TJ.
Os pais de B. foram denunciados por homicídio culposo, por entregar arma a menor e por fraude processual. Marcelo também é acusado por porte ilegal de arma de fogo. A denúncia é analisada pela juíza da 8ª Vara Criminal, Maria Rosi de Meira Borba.
Ainda foram indiciados por envolvimento na morte de Isabele o então namorado de B. e o pai dele. A arma que matou Isabele era do empresário Glauco Fernando Mesquita, que foi denunciado por omissão na cautela de arma de fogo. Ele fez acordo com a Justiça, pagou R$ 40 mil de transação penal e ficou livre do processo.
O filho, G., de 16 anos, foi denunciado por crime análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque levou a pistola do pai até a casa da namorada. O processo contra ele tramita junto com o da adolescente B.O.C.
Veja o vídeo: