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Cuiabá, 29 de Novembro de 2024
29 de Novembro de 2024

05 de Julho de 2024, 07h:00 - A | A

GERAL / CASO VALLEY

Em julgamento que pode anular absolvição de bióloga, ex-procurador alega "vingança" de juiz que a livrou da cadeia

Ramon Alcides Viveiros e Mylena de Lacerda Inocêncio morreram no atropelamento na Avenida Isaac Póvoas, em 2018.

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT



O procurador aposentado do Ministério Público Estado (MPE), Mauro Viveiros, que é pai do cantor Ramon Alcides Viveiros, que foi atropelado e morto em 2018 em frente à Boate Valley, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, alegou suposta “vingança” do juiz Wladymir Perri contra ele, após o magistrado absolver a bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, responsável pelo atropelamento.

A jovem Mylena de Lacerda Inocêncio também morreu no acidente. Já Hya Girotto ficou gravemente ferida, mas sobreviveu.

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Rafaela foi absolvida do processo em 2022. Em sua decisão, o magistrado alegou que, por mais que a motorista houvesse consumido álcool antes de pegar o volante, as três vítimas contribuíram para o atropelamento. Na quarta-feira (03), a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso começou o julgamento do recurso do MPE, que pede a anulação da decisão do magistrado.

No momento, está formada maioria para anular a absolvição, mas o julgamento foi suspenso pelo pedido de vista do desembargador Jorge Luiz Tadeu. A retomada, entretanto, não tem data definida.

Leia mais - TJ forma maioria para anular absolvição de bióloga acusada de atropelar e matar jovens em Cuiabá

Mauro Viveiros, que atua como assistente de acusação no processo, entende que a “vingança” ocorreu porque na época em que ele atuava como corregedor-geral do Ministério Público denunciou irregularidades supostamente cometidas pelo magistrado na comarca de Rondonópolis, que resultaram na abertura de uma sindicância.

“A instrução criminal foi integralmente presidida pelo juiz Flávio Miraglia. Os autos estavam conclusos para sentença quando surpreendentemente surge no processo um juiz estranho, desconhecido das partes, o juiz Wladymir Perri. Dados da Corregedoria mostram que ao tempo da aceitação em 26 de setembro de 2022, daquele magistrado na 12ª Vara, haviam 75 processos conclusos para sentença. Mas este foi o único processo escolhido pelo juiz Wladymir”, afirmou Viveiros durante a sessão de julgamento.

“Indagarão aqueles que não viram os autos: mas por que razão teria feito isso o magistrado? E as razões eu me permito reportar estão na arguição de suspeição, em razão do rancor que este magistrado sempre teve por este ex-corregedor-geral do Ministério Público, que denunciou inúmeras falcatruas e abusos de autoridade praticados por este indivíduo na comarca de Rondonópolis”, acrescentou.

Por fim, o ex-procurador lembrou ainda dos recentes procedimentos administrativos abertos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra Wladymir Perri, entre eles, a vez que ele deu voz de prisão à mãe de uma vítima de homicídio, durante audiência no Fórum da Capital.

“Preconceituoso. Um juiz preconceituoso para com as vítimas!”, bradou aos desembargadores.

Outro lado

Há dois dias, o RepórterMT tenta contato com as assessorias, de primeiro e de segundo grau, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para oportunizar chance de manifestação ao juiz citado pelo ex-procurador, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta. O espaço seguirá aberto.

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