ESTADÃO
LUCAS AGRELA
A riqueza do campo, gerada pelos consecutivos recordes na produção de grãos, colocou Goiânia (GO) no radar do mercado de luxo. A cidade, de 1,4 milhão de habitantes, vive um boom de lançamentos imobiliários residenciais e comerciais, assinados por grifes famosas do designer nacional e internacional.
Nos últimos tempos, desembarcaram na capital goiana - localizada a 209 km de Brasília - nomes de peso, como o estúdio de design italiano Pininfarina, conhecido pelos projetos da Ferrari; o Studio Arthur Casas, de arquitetura; o WTC (World Trade Center); e até o V3rso, marca de hotelaria butique, do hotel Emiliano. O movimento tem elevado as vendas e provocado uma forte valorização dos preços dos imóveis de médio e alto padrões.
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Além do agronegócio, a cidade virou um polo de prestação de serviços da região centro-norte do País, o que turbinou o mercado imobiliário. Por lá circulam pessoas vindas de Estados vizinhos, como Tocantins, Mato Grosso, Bahia, também fortes no agronegócio, à procura de hospitais, médicos e faculdades, por exemplo.
Atentas à essa nova demanda, as incorporadoras correram para agregar uma certa ostentação nos empreendimentos, com designers famosos e muito luxo. A intenção é atrair esse público endinheirado que busca um imóvel para morar ou apenas servir como uma base de apoio. Existem também empresários que procuram espaços comerciais para tocar seus negócios e outros que só querem investir.
Foi de olho nesse filão que a empresária Ana Flávia Machado, CEO da AFS Empreendimentos, se uniu a duas outras incorporadoras, a WV Maldi e a Joule Participação, para levar a marca V3rso, hotel butique do grupo hoteleiro Emiliano, à cidade.
A investida faz parte de um projeto imobiliário maior, o Promenade, que será lançado em meados de outubro. Serão duas torres residenciais de alto padrão, que somam 285 unidades. Em uma delas, onde ficará o V3rso, também serão vendidos apartamentos compactos de luxo. É o primeiro projeto do Grupo Emiliano fora do eixo Rio-São Paulo, conta a executiva. A segunda torre será de apartamentos maiores, de 265 metros quadrados. O valor geral de vendas do projeto é de cerca R$ 350 milhões.
O empreendimento, que ficará no bairro Marista (o equivalente aos Jardins, em São Paulo), terá ainda um complexo gastronômico, praça, galeria de arte, além de outros serviços. “Entendemos que Goiânia carecia de um residencial com serviços a partir de uma hotelaria de excelência”, diz a empresária.
A expectativa de vendas é alta em razão do momento econômico e do comportamento da população que ela bem conhece por ter nascido e se criado lá. Segundo a empresária, Goiânia hoje é a bola da vez do mercado imobiliário no Brasil e a população local é muito conservadora nos investimentos. “Na hora de investir, o goiano está com a mão no tijolo ou o pé na terra.”