JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTERMT
Uma médica que atua na Saúde Pública de Cuiabá revelou em depoimento ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) que, nos últimos meses, quatro pacientes diabéticos tiveram que ter pernas e pés amputados por falta de tratamento adequado na unidade onde ela atuava.
O depoimento foi divulgado nesta quarta-feira (28), mesmo dia em que o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça, determinou intervenção na Saúde de Cuiabá.
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Na terça-feira (27), ainda houve um escândalo de medicamentos vencidos na Capital. Uma inspeção feita pelos conselhos Federal e Regional de Farmácia, a pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), constatou que o Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC) possui mais de 4,3 milhões de comprimidos vencidos em seu estoque, entre eles, comprimidos para o tratamento da diabetes.
Segundo o documento, a visita foi realizada na tarde do dia 6 de dezembro. A inspeção mostrou que o local tem um total de 4.386.185 de comprimidos vencidos, sendo mais de 2,7 milhões de unidades de Cloridrato de Metformina, para tratamento de diabetes e de problemas cardíacos.
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Apenas uma parte do depoimento foi divulgada. A médica, que teve a identidade preservada, disse ao Núcleo do Patrimônio Público da Capital, do MPMT, em novembro deste ano, que pacientes tiveram membros amputados por falta de tratamento adequado.
“Na nossa unidade, quatro pessoas que já amputaram a perna e pés por conta da diabetes descompensada. Sem um tratamento adequado e sem cuidado adequado com especialistas de pés, e sem lugar para fazer esse tratamento”, afirmou.
Medicamentos vencidos
Além de Cloridrato de Metformina, também foi constatado na inspeção diversos outros medicamentos com prazo de validade vencido.
“Dentre os produtos, destaca-se a quantidade de comprimidos de Cloridrato de Metformina, dosagem de 850 mg, são 2.738.460 unidades. Além deste item, visualizamos na lista 771.720 unidades de comprimidos de Digoxina, dosagem de 0,25 mg. Na lista também constam 422 unidades de Dieta enteral (diabético) 1000 mL”, consta no documento.
Ainda segundo o relatório também existe uma lista de medicamentos apontados como essenciais que estão com estoque zerado ou muito próximo do zero.
“Verificamos que relacionado aos medicamentos essenciais, dos 145 itens presentes na lista de medicamentos essenciais, somente 41 itens existem no estoque do Centro de Distribuição em quantidade para atender a mais de 30 dias da demanda do município. E, que dentre os 145 itens essenciais presentes na lista, 68 itens estão com o estoque zerado ou muito próximo de zero”, constaram no documento.
O documento também mostra falta de insumos para abastecer os hospitais. Na lista feita pelos inspetores, de 80 itens de insumos, somente 4 possuem estoque para atender a demanda de Cuiabá por mais de 30 dias.
Veja vídeo do depoimento:
Geise 29/12/2022
A verdade é que falta de medicamento não é motivo fo paciente morrer. Situação social da pessoa ficar desempregada, não ter custeio para se manter, aí contrai doença. A SITUACAO socioeconômica que desova na saúde. Pq se a pessoa trabalha, consegue comprar seu medicamento.. Mas o Brasil fica neste sistema paternalista, então não há dinheiro que chegue p tratar saúde.. podem fazer a melhor política de saúde. Todos os governantes não vendem.. Mauro Mendes deixa pacientes caídos no PS..então é balela isso. Todos os governantes não conseguem resolver algo que é é vem do social
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