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Cuiabá, 14 de Novembro de 2024
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06 de Maio de 2021, 20h:59 - A | A

NACIONAL / OUÇA

Áudio mostra desespero de professora ao chamar bombeiros durante ataque a creche

Corpo de Bombeiros recebeu três ligações, uma em seguida da outra, minutos após o jovem de 18 anos cometer a chacina

ND+



“Meu Deus, socorro, tem um maníaco aqui na creche”. Essa foi a primeira frase que o subtenente Lazaro Muller, do Corpo de Bombeiros, ouviu minutos depois que o jovem de 18 anos cometeu o ataque na creche Pró-Infantil Aquarela, em Saudades, no Oeste catarinense, e matou cinco pessoas, entre elas três bebês e duas educadoras.

Três chamadas ao 193 foram registradas naquela manhã de terça-feira (4): às 10h02, 10h06 e 10h09.

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Da Central de Atendimento, o bombeiro militar, que atua há 38 anos na profissão, teve que se manter calmo e passar segurança à mulher, que estava desesperada do outro lado da linha. Ouça.

“Eu pedi para ela ficar calma e me explicar onde estava acontecendo o fato. Ela estava falando baixo e parecia que estava se protegendo. Percebi que era muito grave o que estava acontecendo ali. Nessas horas, com 38 anos de serviço, tem que manter a calma”, relata o subtenente.

Imediatamente duas equipes do Corpo de Bombeiros se deslocaram para a creche Pró-Infantil Aquarela, localizada na rua Quintino Bocaiúva, no bairro Industrial – uma viatura de Saudades e outra de Pinhalzinho. Do quartel dos bombeiros de Saudades até a creche onde aconteceu o ataque, o tempo é de pouco mais de 3 minutos.

“Acionei as ambulâncias dessas duas cidades e também a Polícia Militar. Como percebi que era algo muito grave, eu orientei os soldados para terem a devida proteção ao entrar no local”, conta Muller.

Após a primeira ligação, o subtenente recebeu outras duas ligações e falou que o socorro já estava a caminho.

“Na segunda ligação, a gente já informa a pessoa que estamos enviando socorro. Foi bem tumultuada aquela manhã, mas neste momento tem que ser a pessoa mais calma possível do mundo”, destaca. 

Muller, que tem 60 anos de idade, tem uma filha de 30 anos. Após o momento de adrenalina ao receber aquelas ligações de desespero, ele conta que é preciso estar preparado para tudo.

“Eu sou pai, mexe com o psicológico, mas na Central tem que estar preparado para o que venha acontecer. Esse é o nosso serviço e precisamos manter a calma”, finaliza.

As vítimas

O ataque na creche Pró-Infância Aquarela ocorreu na manhã de terça-feira (4) e matou cinco pessoas. As vítimas são a professora Keli Adriane Aniecevski, 30 anos, a agente educadora Mirla Amanda Renner Costa, 20 anos, e os bebês Sarah Luiza Mahle Sehn, 1 ano e 7 meses, Anna Bela Fernandes de Barros, 1 ano e 8 meses, e Murilo Massing, 1 ano e 9 meses. 

Outra criança, um menino de 1 ano e 8 meses, foi socorrido com vida. Ele passou por uma cirurgia na região do pulmão e deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na quarta-feira, em estado estável. 

O autor do crime, um jovem de 18 anos, foi hospitalizado após tentar cometer suicídio. Nesta quinta-feira (6), a Justiça negou o pedido de exame de sanidade mental do rapaz. Ele foi autuado em flagrante por cinco homicídios e uma tentativa de homicídio triplamente qualificados.

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