O GLOBO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na tarde desta segunda-feira, por meio de carta lida por seu advogado, Cristiano Zanin, que não aceita "barganhas" para deixar a cadeia , onde cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro.
—Não troco minha dignidade pela minha liberdade. Tudo que os procuradores da Lava-Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pela mal que fizeram à democracia, à Justiça e ao país — afirmou Lula, na carta lida na frente da Superintendência da Polícia Federal do Paraná.
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É praxe em decisões em que o preso é beneficiado com a progressão de regime de prisão a condição de uso da tornozeleira. Estão nessa situação os ex-tesoureiros do partido João Vaccari, Delúbio Soares e o ex-ministro Antonio Palocci.
O ex-presidente também afirma que "não aceita barganhar" seus direitos e sua liberdade. Em entrevistas, o petista já afirmou que não aceita usar a tornozeleira.
Na mensagem lida pelo advogado, Lula voiltou a acusar os procuradores e o ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, de cometerem "arbitrariedades".
— Cabe agora à Suprema Corte corrigir o que está errado, para que haja justiça indepente e imparcial — acrescentou.
Nesta segunda-feira, a juíza Carolina Lebbos, responsável pelo processo de execução da pena do ex-presidente, pediu que a Polícia Federal encaminhe uma certidão da conduta carcerária do petista. O procedimento é necessário para que a magistrada decida se irá conceder a progressão de Lula para o regime semiaberto, como pedido pelo Ministério Público Federal na última sexta-feira.