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Cuiabá, 26 de Dezembro de 2024
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24 de Setembro de 2013, 14h:25 - A | A

NACIONAL / PRESSÃO MILITAR

Papel dos EUA na Síria é garantir fim de armas químicas, diz Obama

Ele defendeu 'pressão militar' sobre Assad e acenou com diplomacia ao Irã. Sem citar espionagem, ele disse que EUA revisarão 'coleta de inteligência'.

Do G1, em São Paulo



O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira (24) que o papel dos EUA na guerra civil da Síria é "garantir o banimento" das armas químicas.

Ele reafirmou, diante da Assembleia Geral da ONU, a convicção de que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, usou armas químicas no ataque de 21 de agosto.

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Obama defendeu a posição de que a pressão militar sobre Assad é a única maneira a obter uma saída diplomática para a crise, que já matou 110 mil pessoas em 30 meses.

Obama afirmou que a comunidade internacional não está agindo "à altura" da crise e disse que o Conselho de Segurança deve aprovar uma "resolução forte" para garantir o cumprimento da proibição internacional do uso de armas químicas, e que tenha "consequências" para Assad.

"Deve haver uma forte resolução do Conselho de Segurança (da ONU) para verificar se o regime de Assad está mantendo seus compromissos, e deve haver consequências se eles não o fizerem", disse Obama.

"Se não pudermos entrar em acordo sobre isso, vamos mostrar que a ONU é incapaz de impor a mais básica das leis internacionais", declarou.

"Por outro lado, se obtivermos sucesso, enviaremos uma forte mensagem de que o uso de armas químicas não tem espaço no século XXI", ressaltou.

O americano criticou as posições de Rússia e Irã, de apoio ao regime sírio, e, em uma alusão velada ao presidente russo Vladimir Putin, disse que é um "insulto" acreditar que o ataque químico que matou mais de 1.429 civis possa ter sido feito por alguém que não as forças de Assad.

Questão nuclear iraniana

Obama voltou a acenar com a via diplomática para o Irã, apesar de ver "grandes obstáculos" no caminho".

"Os obstáculos podem se provar grandes, mas eu acredito firmemente que o caminho diplomático deve ser testado", disse.

O democrata pediu que a República Islâmica cumpra suas responsabilidades na questão nuclear, com "transparência".

Os EUA romperam as relações diplomáticas com o Irã em 1980, na sequência da Revolução Islâmica.

As rivalidades entre os dois países têm aumentado desde então, com os Estados Unidos liderando as sanções ocidentais contra o país diante de suspeitas de que Teerã tenta se dotar de uma bomba nuclear.

"Eu não acredito que esta história difícil pode ser superada da noite para o dia - a suspeita é muito profunda. Mas eu acredito que, se nós pudermos resolver a questão do programa nuclear do Irã, isso pode servir como um grande passo no longo caminho em direção a um relacionamento diferente - baseado em respeito e interesses mútuos", afirmou.

Obama afirmou que havia escrito ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e ao novo presidente, Hassan Rohani, dizendo que os Estados Unidos estavam "determinados a impedi-los de desenvolver uma arma nuclear", mas que não deseja uma "mudança de regime".

Ao lembrar a recente declaração de Rohani segundo a qual o Irã nunca produzirá uma bomba nuclear, Obama afirmou que havia uma base para um "acordo significativo".

Obama pediu ao regime iraniano que mostre "ações" que provem que não tem a intenção de se armar nuclearmente.

O democrata afirmou que os EUA vão sempre testar a via democrática, mas, se for necessário, vão "usar a força militar quando a democracia falhar".

Israelenses e palestinos

Falando sobre a crise no Oriente Médio, Obama pediu que líderes palestinos e israelenses assumam riscos para conseguir um acordo de paz, no atual processo mediado pelos EUA, que busca uma solução de dois Estados para a região.

O democrata reafirmou a posição americana de defender a segurança de Israel, mas disse que os palestinos também têm o direito de viver em segurança.

Egito

Em relação ao Egito, em crise após a derrubada do presidente islamita Mohamed Morsi, Obama afirmou que a continuidade do apoio americano ao país vai depender da sua "continuidade democrática".

Coleta de inteligência

Já no início do discurso, o americano citou a mudança na política em relação ao uso de drones, para evitar a morte de civis, bem como o papel da prisão de Guantánamo, em Cuba, e mudanças na maneira de "coletar dados", no que seria uma referência às revelações de casos de espionagem partidos dos EUA, após o incisivo discurso da presidente brasileira Dilma Rousseff, que citou o tema.

"E, do mesmo modo como modificamos o modo como usamos nossas extraordinárias capacidades militares de modo que corresponda aos nossos ideais, começamos a revisar o modo como reunimos inteligência, para que possamos apropriadamente equilibrar as legítimas preocupações de segurança de nossos cidadãos e aliados com as preocupações de privacidade comuns a todas as pessoas", disse Obama.

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