BRUNA GHETTI
Ondas de calor, secura vaginal e irritabilidade são alguns dos sintomas da temida mudança hormonal. Levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima que, no Brasil, cerca de 29 milhões de mulheres estejam passando por esse processo fisiológico, o que corresponde a 7,9% da população feminina. Durante esse período, elas enfrentam uma série de mudanças físicas, emocionais e psicológicas.
Com a diminuição dos hormônios sexuais, como o estrogênio e a progesterona, as mulheres podem notar uma variedade de alterações, incluindo: secura vaginal, que pode ser fonte de desconforto durante o sexo; falta de desejo sexual; alterações no ciclo menstrual e eventual cessação do ciclo menstrual; alterações na aparência física devido à flacidez da pele e ao aumento da gordura corporal.
Em relação aos sentimentos, algumas podem alcançar maior segurança, na medida em que a pressão da fertilidade se torna menor. Isso pode incluir: abertura para experiências, como iniciar novas formas de práticas sexuais; a busca por uma conexão emocional mais profunda dentro do relacionamento, valorizando a qualidade; e uma melhor compreensão do corpo nesse período, resultando em uma maior satisfação sexual.
É a partir dos 40 anos, com a perimenopausa, que a mulher percebe essas mudanças mais presentes, sinalizando o fim da fertilidade, da transição hormonal, e afetando significativamente sua vida íntima. Apesar de longo – podendo estender-se até além dos 50 – e extremamente incômodo, conhecer os tratamentos disponíveis, os desejos e desconfortos que acompanham esse ciclo é um importante aliado da mulher.
Cada uma vive ou viverá essa fase de forma individualizada, com experiências e sintomas diferentes. No entanto, com acesso a orientações adequadas sobre o assunto, é possível encontrar formas de encarar essa etapa com mais qualidade de vida. A mulher deve ser encorajada a pedir informações, ajuda e orientação relacionadas a problemas considerados tabus e a conversar abertamente com seu/sua ginecologista e parceiros.
A sexualidade, afinal de contas, é uma parte significativa de nossa existência e deve ser valorizada, não importa a idade. Dar essa importância possibilita que a gente se redescubra e perceba nossa capacidade de continuar a ter uma vida normal, mesmo diante dessas mudanças. Atualmente, há uma variedade de tratamentos, incluindo terapia de reposição hormonal, que pode ajudar a aliviar os sintomas de secura vaginal e ondas de calor.
Lubrificantes e hidratantes podem ser usados para tornar o sexo mais confortável. Além dessas opções, já conhecidas abundantemente, a inovação na área trouxe tratamentos diversificados que amenizam os desconfortos e até resolvem permanentemente.
Veja alguns deles:
1. INTIMILIFT: aparelho de aplicação no canal vaginal ou vulva, com contração muscular da mucosa, que permite maior sustentação e contração do canal íntimo.
2. LASER ÍNTIMO: tecnologia italiana que, ao ser realizada, estimula os fibroblastos e o fluxo sanguíneo, sendo indicada para mulheres que sofrem com ressecamento íntimo ou perda de elasticidade.
3. EMSELLA: campo eletromagnético com foco em fortalecimento muscular do assoalho pélvico, ressaltando a importância dessa musculatura na prevenção e tratamento da incontinência urinária.
4. CIRURGIA ÍNTIMA A LASER: com abordagem estética, a tecnologia permite correções de excesso de tecido com segurança e conforto através do laser.
Drª Bruna Ghetti é ginecologista, referência em tratamentos íntimos e longevidade