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Cuiabá, 22 de Dezembro de 2024
22 de Dezembro de 2024

25 de Setembro de 2014, 09h:11 - A | A

OPINIÃO /

Novo Pronto-Socorro

Só tenho aplausos para a iniciativa, porém, sérias e pertinentes dúvidas.

GABRIEL NOVIS NEVES



Vi a maquete do novo Pronto Socorro de Cuiabá, projeto arquitetônico feito por uma empresa baiana. É uma obra muito bonita.

A licitação do necessário empreendimento social está prometida para hoje, dia vinte e cinco de setembro, coincidentemente a dez dias das eleições gerais.

Só tenho aplausos para a iniciativa, porém, sérias e pertinentes dúvidas.

O projeto prevê o investimento de "setenta e cinco milhões de reais para a construção", e "vinte e cinco milhões" para equipamentos.

Esses dados são oficiais, fornecidos pelo secretário municipal de saúde.

Temo pelo nascimento de mais um esqueleto de tantos existentes por aqui e no Brasil.

A nossa debilitada prefeitura só entrará (!) com vinte e cinco milhões de reais, ou um quarto do valor da obra equipada.

Outros setenta e cinco milhões de reais, posteriormente serão captados com doações do governo do estado e federal.

Não se falou na festa de apresentação da maquete, como ficarão os recursos para custeio e manutenção do novo Pronto Socorro.

A prefeitura não tem dinheiro para mantê-lo em condições aceitáveis de atendimento.

O governo do estado, não consegue nem repassar às prefeituras os recursos constitucionais e a previsão para o próximo ano não é das melhores.

O governo federal nem está aí para a nossa raquítica e frágil saúde publica, vítima de inanição crônica de investimentos.

Como não entendo da área jurídica, fico sem saber como uma obra dessa grandiosidade e necessidade é lançada sem fontes de recursos para a sua conclusão e funcionamento.

"Depois vamos ver" é adágio de antes da criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Coisa do passado e pai dos milhares de esqueletos de obras públicas.

Situação pior é o exemplo do Hospital São Benedito em Cuiabá, onde milhões de reais foram investidos na revitalização e ampliação de um hospital privado fechado há anos.

O governo paga um aluguel mensal de mais de cem mil reais aos proprietários do imóvel e o mantém fechado, por não possuir recursos para custeio e manutenção do mesmo.

Outros esqueletos de hospitais existem no CPA e estrada de Santo Antônio.

Alguém com credibilidade e não envolvido emocionalmente no processo eleitoral, tem a obrigação de explicar ao nosso povo, como viabilizarão recursos para transformar em realidade esse sonho dos cuiabanos e mato-grossenses que é o de ter o seu moderno e eficiente Pronto Socorro.

Gabriel Novis Neves

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