APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
O Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Júnior, defendeu que o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49 anos, preso em flagrante na segunda-feira (14) pelo assassinato da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos, em Cuiabá, seja transferido para uma unidade comum. Atualmente, ele está em uma cela especial no presídio destinado a militares em Chapada dos Guimarães.
“O responsável pelo homicídio não é um policial militar, já é um ex-policial militar há muitos anos, os crimes que ele responde não foram praticados no exercício da função de policial, então entendemos realmente que ele precisa ficar preso numa cela comum”, disse o chefe do Ministério Público de Mato Grosso.
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Segundo Deosdete Cruz Júnior, providências serão tomadas de imediato para assegurar que o feminicida Almir Monteiro dos Reis seja levado para uma cela comum, já que não é mais militar e tem uma longa ficha criminal.
“Nós vamos nos reunir com promotores da execução penal para ver quais são as providências que podem ser adotadas já de imediato em relação ao foro judicial, sem prejuízo de provocarmos também atuação do secretário de Estado de Segurança Pública para a adoção de providências administrativas”, disse.
A deputada estadual Janaina Riva, Procuradora Estadual da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, enviou dois ofícios para o MP e para a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), pedindo esclarecimentos sobre o caso e a transferência do criminoso para um presídio comum.
“O primeiro é um pedido de estudo para que seja explicitado em lei o impedimento para que ex-militares que praticaram crimes hediondos usufruam de prisão especial uma vez que o artigo 225 do Código de Processo Penal, que rege sobre a prisão especial, bem como a Portaria 11/2018 da Corregedoria Militar só fala em militares e não especifica ex-militares, não existindo legislação federal e nem local que justifique que Almir esteja no Presídio Militar de Chapada dos Guimarães. O segundo documento encaminhado pede efetivamente a remoção do ex-policial da Prisão Especial da Chapada para prisão comum”, explicou a deputada.
“Nos choca o crime, a forma como ele aconteceu, mais um episódio lamentável de violência contra as mulheres. ,Então nós concordamos plenamente com a representação da Assembleia Legislativa no sentido de que um crime de tamanha gravidade deva merecer uma atenção do Estado ainda maior”, concluiu o chefe do Ministério Público.
O caso
Almir matou a advogada Cristiane Castrillon nesse domingo (13 de agosto) e abandonou o corpo dela dentro do próprio veículo no Parque das Águas, na região do Centro Político e Administrativo, em Cuiabá.
Conforme a investigação, a vítima passou a tarde de sábado (12) em um churrasco com a família e amigos e, por volta das 22 horas, foi com um primo até um bar nas proximidades da Arena Pantanal. No local, conheceu Almir. Por volta de 23h30, o primo dela foi embora e a deixou com o ex-PM.
Horas após o desaparecimento, o irmão de Cristiane conseguiu localizar o veículo dela por meio de um aplicativo de rastreamento.