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Cuiabá, 12 de Março de 2025
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14 de Novembro de 2018, 16h:02 - A | A

PODERES / SONEGAÇÃO NO AGRONEGÓCIO

Deputado denuncia que colegas receberam propina para abafar CPIs

Deputado afirmou que grandes produtores rurais teriam subornado parlamentares para que investigação no setor não fosse levada adiante.

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O deputado estadual Zeca Viana (PDT) afirmou durante a sessão na Assembleia Legislativa desta quarta-feira (14) que colegas de Parlamento receberam propina para abafar duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que investigavam a sonegação fiscal de grandes produtores rurais em Mato Grosso.

Viana defendeu a taxação apenas para os grandes empresários do campo. Segundo ele, a sonegação desses produtores chega a R$ 3 bilhões, dinheiro que deveria ser revertido em imposto aos cofres do Estado.

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Conforme o parlamentar, as duas CPIs que investigavam essa situação – a da Renúncia e Sonegação Fiscal, e a das Cooperativas - só não avançaram na Assembleia porque os produtores rurais pagaram valores ilegais a alguns deputados.

“As CPIs que foram criadas viraram pizzas e é por isso que eu fico indignado com os colegas, que assumem uma CPI para levar vantagem própria", disse Viana.

“As CPIs que foram criadas viraram pizzas e é por isso que eu fico indignado com os colegas, que assumem uma CPI para levar vantagem própria, e não para trazer à tona os problemas que estão atingindo o Estado”, denunciou o parlamentar.

Incomodado com a situação, o deputado Wilson Santos (PSDB) também subiu à tribuna e pediu para que o deputado falasse os nomes dos parlamentares que receberam propina. Wilson, por sinal, foi um dos deputados que participou como um dos membros da CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal em 2016.

Viana respondeu que não se referia ao tucano, mas disse que não era preciso citar nomes, e que ele não tinha intenção de expor os colegas, até porque Wilson, segundo Viana, saberia quem são os deputados que foram beneficiados com propinas para abafar as CPIs. 

O pedetista reiterou que defende a taxação do agronegócio apenas para o grande produtor, e que essa insistência dos colegas de taxar o setor como um todo o deixa irritado, já que alguns membros tiveram a oportunidade de denunciar os produtores na CPI e não fizeram isso. Zeca Viana é produtor rural e não foi reeleito.

“Sou contra a taxação e não vejo mais espaço dentro da maioria absoluta dos produtores, não dos mega-produtores que temos aqui que são os grandes sonegadores. Os grandes criaram várias empresas e aí eles acabam carregando os ovos em grandes cestos. Não é como o produtor legítimo que vive 100% do seu negócio, esse sim está com dificuldades e já não tem mais condições de pagar imposto”, salientou o parlamentar.

Investigações

A CPI das Cooperativas investigou a Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat), da qual o empresário Eraí Maggi fazia parte. Um relatório final apresentado em separado pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa José Riva apontou que Eraí atuava como dono da cooperativa e era responsável por 78% das movimentações financeiras do grupo. A sede da cooperativa funcionou por muito tempo no endereço da sede do Grupo Bom Futuro, do qual o empresário é um dos principais acionistas, e não era permitida a entrada de novos cooperados. Cerca de R$ 300 milhões teriam sido deixados de arrecadar pela cooperativa.

Já na CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal, um rombo de R$ 1,7 bilhão era investigado. A obra da Arena Pantanal, sozinha, teria sido responsável pela sonegação de R$ 110 milhões, enquanto a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), até hoje não concluída, teria tido uma sonegação de R$ 315 milhões.

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