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Cuiabá, 12 de Setembro de 2024
12 de Setembro de 2024

19 de Agosto de 2024, 18h:00 - A | A

PODERES / IMPUNIDADE TOTAL

Mauro: Antes jovens queriam jogar bola, hoje querem entrar para facções

Chefe do Executivo estadual apontou a questão da segurança pública como o ponto mais importante que o país precisa resolver.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



O governador Mauro Mendes (União) disse que muitos dos jovens das periferias de Mato Grosso veem o crime organizado como uma possibilidade de obter dinheiro e respeito nas comunidades onde vivem. A fala foi feita na sexta-feira (16), em discurso no 23º Fórum Empresarial LIDE, que reuniu autoridades políticas e investidores no Rio de Janeiro.

“Eu pesquisei e, hoje, nas periferias das cidades do meu estado, muitos jovens sonham em entrar para a ‘família’. Eles não se chamam de facção, se chamam de ‘família’. Entrar para a ‘família’, ter a ascensão, porque ali eles têm poder, tem dinheiro e tem respeito dentro da comunidade”, disse Mauro.

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"Eu me lembro que muitos anos atrás, nas periferias das grandes cidades brasileiras, o sonho de consumo de muitos jovens que jogavam bola nos campinhos, de forma inocente, era ser jogador de futebol"

“Eu me lembro que muitos anos atrás, nas periferias das grandes cidades brasileiras, o sonho de consumo de muitos jovens que jogavam bola nos campinhos, de forma inocente, era ser jogador de futebol. Representava o sonho e a expectativa de milhares e milhares de jovens brasileiros”, acrescentou o governador, que vê esse fenômeno como revelador da crise enfrentada no país.

Mauro destacou que, mesmo com os altos investimentos feitos na área tanto pelo Governo Federal quantos pelos estados, a situação não tem mudado. Para o governador, essa crise é reflexo da desigualdade social, da sensação de impunidade e da lentidão da Justiça.

O governador teceu críticas e cobrou uma reforma do Código Penal Brasileiro, que foi promulgado em dezembro de 1940 e acolhido pela Constituição de 1988.

“Isso repousa em um modelo de um Código Penal de 1940, quando muitos de nós aqui presentes e grande parte desse país, nem nascido era. E esse código não representa a realidade do Brasil nesse momento e a necessidade para combater esse principal câncer, que vai atravancar o desenvolvimento dos nossos estados, do nosso país e da nação brasileira”, afirmou.

Mauro destacou que, apesar da máxima de “o Brasil é o país do futuro”, historicamente o país tem perdido oportunidades de desenvolvimento. O governador mato-grossense pontuou que para não perder mais uma oportunidade nesse momento é preciso resolver algumas questões prioritárias, como oferecer segurança jurídica para os investidores internacionais e resolver o problema da segurança pública no país.

“Entender isso com profundidade é necessário. Não podemos errar novamente, não podemos dar tratamentos que estão muito aquém de uma realidade que está muito comprometida, que está no DNA da sociedade”, concluiu.

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