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Cuiabá, 11 de Janeiro de 2025
11 de Janeiro de 2025

11 de Janeiro de 2025, 10h:56 - A | A

PODERES / DOCUMENTO OFICIAL

Moraes manda Bolsonaro comprovar que foi convidado para a posse de Trump

Para poder viajar aos EUA neste mês, Bolsonaro precisa que seu passaporte, apreendido em fevereiro do ano passado pela Polícia Federal, seja liberado por Moraes.

JÚLIA AFFONSO E MATEUS COUTINHO
DO UOL



O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente um documento oficial que comprove o convite para a cerimônia de posse de Donald Trump.

Para poder viajar aos EUA neste mês, Bolsonaro precisa que seu passaporte, apreendido em fevereiro do ano passado pela Polícia Federal, seja liberado por Moraes.

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O que aconteceu?
Segundo o ministro do STF, é preciso uma complementação probatória por parte da defesa. Moraes afirmou em documento publicado hoje (11) que, "após a necessária complementação", a PGR (Procuradoria-Geral da República) deve se manifestar sobre o pedido feito por Bolsonaro.

"Determino que a defesa de Jair Messias Bolsonaro apresente documento oficial, nos termos do artigo 236 do CPP, que efetivamente comprove o convite descrito em sua petição", diz trecho da decisão de Moraes

O ministro do STF se amparou no artigo 236, do Código de Processo Penal. A legislação estabelece que documentos em língua estrangeira serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.

Moraes questiona a origem do e-mail pelo qual teria sido feito o convite de Trump. "O pedido não veio devidamente instruído com os documentos necessários, uma vez que, a mensagem foi enviada para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado: "[email protected]", e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado", afirmou.

O convite citado por Bolsonaro é um email encaminhado a seu filho Eduardo. A defesa juntou ao ofício cópia da mensagem enviada em português para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e encaminhada ao seu pai, na qual o comitê de posse indaga se o ex-presidente poderá participar do evento.

O passaporte de Bolsonaro está retido por ordem de Moraes desde fevereiro. O ministro também determinou, em 2024, que o ex-presidente não se comunique com os demais investigados, como forma de preservar as investigações da PF.

Pedido feito ontem (10)
Ofício foi o primeiro assinado pelo novo advogado de Bolsonaro. O criminalista Celso Vilardi passou a integrar a defesa do ex-presidente nesta semana, com os outros defensores que já atuavam para o ex-presidente.

A defesa diz que Bolsonaro recebeu convite formal para o evento no último dia 8. Apesar de o ex-presidente ter sido indiciado por tentativa de golpe de Estado, os advogados afirmam que o convite representa o reconhecimento da "defesa dos valores democráticos e republicanos que unem as duas nações".

A posse de Trump está marcada para o dia 20 de janeiro. O republicano assume seu segundo mandato como presidente dos EUA. É o primeiro presidente condenado da história do país, após decisão proferida nesta sexta (10).

"Os aludidos convites representam não apenas uma deferência pessoal ao peticionário, mas também o reconhecimento da relevância de sua atuação no âmbito internacional, especialmente no fortalecimento de laços diplomáticos e na defesa dos valores democráticos e republicanos que unem as duas nações", diz trecho do pedido da defesa de Bolsonaro ao STF.

Pedido por passaporte foi negado em 2024
Defesa de Bolsonaro já tentou reaver o documento outras vezes. Em março, o ex-presidente pediu o documento para viajar a Israel, onde visitaria o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Moraes argumentou que, como a investigação ainda está em curso, seria "absolutamente prematuro" flexibilizar a restrição.

Outro pedido foi realizado pela defesa de Bolsonaro em outubro. Em uma petição do dia 20 de outubro, a defesa do ex-presidente argumentou que "não foi apresentado nenhum indício que justificasse a alegação de risco de fuga" e que a proibição de se ausentar do país é "desprovida de fundamentação idônea, concreta, específica e individualizada".

Moraes também negou o pedido. O ministro afirmou que a retenção do documento continuaria necessária porque o desenrolar dos fatos já teria demonstrado possibilidade de tentativa de fuga. Para Moraes, a Polícia Federal apresentou "provas robustas de que os investigados concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades".

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