APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
O vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) desistiu do pedido de licença de 30 dias, que havia solicitado na última quinta-feira (4). A decisão foi tomada depois de ser notificado pelo relator do processo que tramita na Comissão de Ética da Câmara Municipal, vereador Kássio Coelho (Patriota), de que deverá apresentar sua defesa em até cinco sessões da Comissão.
A solicitação foi lida no plenário da Câmara de Vereadores nesta terça-feira (9) e deferida pelo presidente da Casa, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), que ainda elogiou a decisão do parlamentar de continuar exercendo o mandato, enquanto se defende no processo que apura sua conduta no crime que resultou na morte de Alexandre Miyagawa, em 1º de julho.
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“Agindo dessa maneira é a forma mais coerente, porque sabendo que o senhor acabou de ser notificado também pelo presidente da Comissão de Ética, que o senhor possa fazer a sua defesa estando nessa Casa. Como tenho dito, nós vamos respeitar o Código de Ética, vamos respeitar o regimento interno desta Casa e, acima de tudo, respeitar a população cuiabana”, disse Juca do Guaraná, presidente da Câmara Municipal, após a leitura do documento em que Paccola comunica sua decisão.
No dia em que pediu o afastamento, Paccola fez questão de destacar seus vinte anos na Polícia Militar. Enfatizou que vem recebendo apoio de vários policiais que inclusive chegaram a se oferecer para cuidar da sua segurança depois que a Justiça determinou a suspensão do seu porte de armas.
"Hoje me sinto como se estivesse nu, andando pelado. Por decisão do juiz - e decisão judicial a gente está aqui para acatar -, hoje não estou portando a minha arma de fogo. Tive o meu porte suspenso. Algumas pessoas que se sentem amedrontadas pela minha volta, pelo fato de estar portando uma arma de fogo, fiquem tranquilos por que não posso enquanto essa decisão não for revogada", disse na ocasião.
O crime
Alexandre Miyagawa, conhecido como Japão, foi morto pelo vereador Paccola na noite de 1º de julho, no bairro Quilombo, em Cuiabá. O vereador se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), logo após o ocorrido, e prestou depoimento.
Ele alegou que atirou contra Alexandre em legítima defesa, por acreditar que ele iria atirar contra a namorada.
A DHPP concluiu que o crime se enquadra em homicídio qualificado, pois Paccola não deu chances de defesa a Alexandre. Após a conclusão do inquérito, o Ministério Público denunciou o vereador à Justiça pelo mesmo crime. Ainda pediu a suspensão imediata do porte de arma e que ele indenize a família de Japão.
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