DO REPÓRTERMT
Em representação que protocolou no Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso (OAB-MT), o advogado Renato Nery acusou o desembargador Sebastião Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, de integrar um grupo de pessoas que “emprestam auxílios criminosos” ao advogado Antônio João de Carvalho Junior pela participação em um suposto escritório do crime desde que era juiz.
A peça, que foi protocolada no dia 26 de junho, dez dias antes do seu assassinato em frente ao seu escritório de advocacia, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em 5 de julho deste ano, ele não dizia que se sentia ameaçado.
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“O conjunto de atos praticados (por Antonio) revela que ele coordena um grupo de indivíduos para o exercício da advocacia chicaneira dentro e fora do poder judiciário. Há um verdadeiro formigueiro humano preparado para usurpar direito do Representante receber seus honorários duramente obtidos no longo processo de reintegração de posse. No mesmo diasapão se pretende privar o comprador da posse de manter a cessão de direitos recebida que lhes garantiu a reintegração nas áreas litigadas no processo reintegratório”, diz a denúncia de Renato Nery.
“O Representado integra um conjunto de indivíduos atuantes que lhe emprestam auxílios criminosos à ação de nulidades das cessões de posses em suas atividades perante os órgãos judiciais ou extrajudiciais”, prosseguiu.
Mais adiante, no mesmo documento, Renato Nery afirma que o filho advogado de Sebastião de Moraes Filho é “sócio enrustido (não assumido) do Dr. Antonio João”.
Reprodução
Nery citou filho de desembargador afastado do TJ como sócio oculto de escritório beneficiado por decisões.
Sebastião de Moraes Filho está afastado do cargo de desembargador desde agosto, por determinação da Corregedoria Nacional de Justiça, órgão vinculado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apura a participação dele em um suposto esquema de venda de sentenças.
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Nesta semana, tanto o desembargador quanto o filho dele, Mauro Thadeu Prado de Moraes, foram alvo de Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal para cumprir ordens de busca e apreensão e uma de prisão contra suspeitos de integrarem o grupo, que ainda comercializaria informações sigilosas, como as que envolvem operações policiais.