APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
Livia Moreira Gomes Nery, filha do advogado Renato Gomes Nery, disse que espera que a Justiça seja feita contra os assassinos de seu pai e que a família possa voltar a ter uma vida normal. Conforme o depoimento dela, a polícia tem orientado que eles adotem uma série de medidas visando a própria proteção desde que o crime foi executado, em 5 de julho deste ano, na Avenida Fernando Correa, em Cuiabá.
“Eu tenho um filho de quatro anos, nos primeiros dias eu não queria deixar ele ir pra escola. Quando eu olhava ele eu não sabia se ele ia voltar para casa vivo, porque não deixavam a gente andar de carro, não deixavam a gente circular. A própria polícia orientou cuidado com vocês. Por que? Cuidado com o que? Quem está atrás de nós?”, questionou em entrevista para a TV Centro América, exibida nesta quinta-feira (28).
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“A gente espera que seja feita justiça, a gente espera um posicionamento. A gente espera que a nossa vida, de alguma forma, seja normal”, disse Livia.
A filha de Renato Nery disse que o pai não tinha recebido nenhuma ameaça de morte e que não consegue entender como um crime praticado no meio de uma das vias mais movimentadas da cidade, à luz do dia, ainda não tenha sido esclarecido.
“Ninguém consegue falar nada. Meu pai não tinha ameaças de alguém específico, [não tinha] ameaças de morte”, disse.
Livia também ressaltou que o pai havia denunciado desembargadores, juízes e advogados e que isso pode ter alguma relação com o crime.
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“Meu pai era um advogado, um bom advogado, um advogado extremamente combativo, fez representações na Justiça contra advogados, juízes, desembargadores, pessoas de alto escalão e fez várias denúncias. Então, nós cremos que pode ter alguma coisa a ver com isso, mas a gente também não sabe”, finalizou.
Nery foi assassinado na porta de seu escritório no dia 5 de julho de 2024, dez dias depois de ter denunciado um suposto “escritório do crime” à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso (OAB-MT).
Nesta quinta-feira (28), foi deflagrada a Operação Office Crime contra cinco alvos, em Cuiabá e Primavera do Leste, supostamente envolvidos no crime.