MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
A adolescente B.O.C., de 15 anos, indiciada pela morte de Isabele Guimarães Ramos, ficou calada durante audiência de apresentação, no dia 23 de setembro, se recusando a colaborar com a Justiça. A audiência de apresentação, que dá início ao processo, é o primeiro contato da magistrada do caso, Cristiane Padim, com a adolescente, quando, em tese, a acusada apresenta sua versão dos fatos, uma forma de defesa prévia. Informações foram obtidas com exclusividade pelo , junto com uma fonte do Judiciário.
O advogado de B., Artur Osti, já havia pedido duas vezes para que a atiradora fosse ouvida por último, depois das testemunhas, contrariando o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ambas as solicitações foram negadas pela magistrada que seguiu o que determina o ECA.
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Durante audiência, o advogado de defesa ainda pediu ainda a expedição de ofício à autoridade policial, para que a mesma preste informações das diligências realizadas, que foram pedidas pela defesa. Pedido foi deferido pela magistrada.
Apesar da audiência de apresentação do adolescente ter natureza jurídica de defesa, pois ao apresentar a sua versão sobre os fatos, o adolescente exerce a sua autodefesa, razões pelas quais não há qualquer prejuízo na observância do procedimento do ECA no tocante ao momento em que o menor é ouvido, B. preferiu se calar e não cooperar.
Antes dela, prestou declarações o namorado. G.M., de 16 anos, também réu, indiciado por crime análogo ao porte ilegal de arma de fogo.
A audiência foi realizada por viodeoconferência, devido à pandemia do novo coronavírus.
O caso
A Polícia Civil concluiu o inquérito da morte de Isabele e indiciou cinco pessoas, sendo três adultos e dois adolescentes. Uma atuação conjunta da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), conduzida pelos delegados Wagner Bassi e Francisco Kunzê, concluiu que a morte de Isabele não foi acidente e sim intencional ou no mínimo a adolescente B.O.C. assumiu o risco de matar.
Isabele foi atingida por um disparo no nariz que saiu pela nuca, na noite de 12 de julho deste ano, na casa da família Cestari, no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá. O disparo foi feito por B.
Além da adolescente, foram indiciados o pai dela, o empresário Marcelo Cestari, a mãe, Gaby Cestari, o namorado e o pai do namorado.
Alexandre da Silva 07/10/2020
Eu comento mas não publicam.
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