facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 05 de Outubro de 2024
05 de Outubro de 2024

05 de Outubro de 2024, 08h:00 - A | A

POLÍCIA / DOIS ANOS DEPOIS

Quadrilha que movimentou R$ 70 milhões com roubo de defensivos segue livre e sem julgamento

Alvos estão soltos, alguns sem tornozeleira eletrônica e um deles obteve autorização para viajar ao exterior.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



Os réus da Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Polícia Civil em novembro de 2022, ainda não foram submetidos a julgamento mesmo tendo passado quase dois anos. Ao todo, oito pessoas são acusadas de envolvimento na organização criminosa responsável por movimentar R$ 70 milhões com roubo e furto de defensivos agrícolas. O processo se arrasta na Justiça de Sinop e não tem data para ir a julgamento.

A organização criminosa atuava receptando os defensivos agrícolas e cargas de grãos que eram roubados e furtados por outros grupos criminosos e, posteriormente, repassados aos “consumidores finais”, os produtores que alimentam a cadeia criminosa. Os alvos também atuavam na lavagem do dinheiro obtido com a ação criminosa.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

A última movimentação do processo, em agosto deste ano, foi uma decisão do juiz Anderson Clayton Dias Batista, que mandou retirar a tornozeleira eletrônica do réu Valdelirio Krug, que já estava em liberdade, e ainda autorizou que o réu Angelo Henrique Markoski da Cunha viajasse para Santiago, no Chile, entre os dias 29 de agosto e 5 de setembro.

LEIA MAIS - Membros de quadrilha que movimentou R$ 70 milhões com roubo de defensivos e grãos respondem em liberdade

A maior parte dos réus está em liberdade desde agosto de 2023, quando o caso ainda tramitava na 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Para obter a liberdade provisória mediante medidas cautelares, como a tornozeleira, Ângelo Henrique Markoski da Cunha, Danilo Pereira de Lima, Rodrigo Calça e Sandoval de Almeida Junior precisaram desembolsar R$ 10 mil como fiança.

O réu Rodrigo Calça, contudo, foi alvo de nova ordem de prisão, expedida em 10 de julho deste ano, por descumprimento de determinações judiciais e por não ter comparecido para reinstalar a tornozeleira.

Sandoval de Almeida Júnior obteve autorização para tirar a tornozeleira em 15 de julho. Cinco dias antes, João Nassif Massufero Izar conseguiu liberdade provisória mediante pagamento de 50 salários mínimos. Angelo Henrique Markoski da Cunha e Danilo Pereira de Lima também conseguiram retirar as tornozeleiras na mesma decisão.

Os réus Viviane Menegazzi e David dos Santos Nascimento foram soltos também em agosto de 2023, sem tornozeleira eletrônica e mediante o pagamento de fiança de R$ 10 mil.

Operação Xeque Mate

Deflagrada no dia 4 de novembro de 2022, pela Delegacia de Sorriso, a operação cumpriu 10 prisões preventivas e 14 buscas e apreensões domiciliares, além do afastamento de sigilo e sequestro de bens contra grupo acusado dos crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais, que teria movimentado R$ 70 milhões.

LEIA MAIS - Quadrilha que roubava defensivos agrícolas em MT será julgada em agosto

Um dos presos era professor da educação básica e havia declarado à Receita Federal rendimento bruto de cerca de R$ 10 mil mensais. Contudo, a investigação constatou que a conta bancária do investigado movimentou mais de R$ 6 milhões no período de 38 meses. Ou seja, ele precisaria ter um rendimento mensal de R$ 175 mil mensal para justificar essa movimentação.

Um outro investigado trabalhava em uma farmácia, com salário de R$ 2,4 mil, mas movimentou em suas contas bancárias o valor de R$ 1,4 milhão e vivia em uma casa avaliada em R$ 500 mil.

O bando comprava jóias, relógios e diamantes. Um dos acusados fazia ofertas para revender esse tipo de material para traficantes de drogas da região. Dez pessoas chegaram a ser denunciadas, mas a Justiça tornou apenas oito delas em rés.

Comente esta notícia