MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
Ocorre, na manhã desta quarta-feira (11), mais uma audiência do caso Isabele Guimarães Ramos, na qual são ouvidas as testemunhas de defesa da adolescente de B.O.C., de 15 anos, autora do disparo. A oitiva ocorre por videoconferência, por conta da pandemia, e é presidida pela juíza da 2ª Vara da Infância e da Juventude, a juíza Cristiane Padim.
B.O.C. responde por ato infracional análogo ao homicídio doloso, por ter atirado na amiga, no dia 12 de julho, no banheiro do seu quarto, no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, na Capital. A adolescente pode pegar até três anos de internação no Centro Socioeducativo no Pomeri.
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Conforme apurou o , os depoimentos começaram por volta das 10h30 e a adolescente será ouvida ainda nesta quarta-feira. O procedimento ocorre um dia antes de o crime completar 4 meses, mesmo dia que a vítima faria 15 anos.
Segundo a mãe da vítima, Patrícia Hellen Guimarães, ela não pode comentar o caso por que está atuando como testemunha de acusação, no entanto, ela aponta que tem sido díficil.
"Estou acompanhando. Está sendo díficil sempre, principalmente por que hoje antecede o aniversário da Bele", afirma.
Outras movimentações
O Ministério Público chegou a pedir e a Justiça deferiu a internação provisória da atiradora B., mas ela passou apenas uma noite no Pomeri, sendo solta após uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça. Na semana passada, o MP deu parecer novamente pela internação da menor, até a conclusão do processo, e o pedido de habeas corpus está previsto para ser julgado pela 3ª Câmara Criminal do TJ nesta quarta-feira (11).
Os pais de B. foram denunciados por homicídio culposo, por entregar arma a menor e por fraude processual. Marcelo também é acusado por porte ilegal de arma de fogo. A denúncia é analisada pela juíza da 8ª Vara Criminal, Maria Rosi de Meira Borba.
Ainda foram indiciados por envolvimento na morte de Isabele o então namorado de B. e o pai dele. A arma que matou Isabele era do empresário Glauco Fernando Mesquita, que foi denunciado por omissão na cautela de arma de fogo. Ele fez acordo com a Justiça, pagou R$ 40 mil de transação penal e ficou livre do processo.
O filho, G., de 16 anos, foi denunciado por crime análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque levou a pistola do pai até a casa da namorada. O processo contra ele tramita junto com o da adolescente B.O.C.
Na primeira audiência, que seria para B. ser ouvida, ela se manteve em silêncio por orientação do advogado. No caso da primeira audiência será uma oportunidade de apresentar uma espécie de defesa prévia. Hoje será o depoimento formal da acusada de matar Isabele.