APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
O barbeiro R.M.D.O., de 33 anos, preso como autor do ataque à bomba contra um supermercado em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), entrou em contato horas antes de cometer o crime cobrando R$ 300 mil reais em Bitcoin, uma moeda virtual, para não cometer o crime.
Segundo a Polícia Civil, às 08h30 do dia 04 de abril, ele entrou em contato com o serviço de atendimento ao consumidor do mercado dizendo ser “membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência”. Na mesma data, por volta das 18h, houve a explosão no mercado, que causou ferimentos graves em duas pessoas, sendo uma delas uma criança de sete anos de idade.
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De acordo com a investigação, após a detonação do artefato explosivo, o criminoso fez um novo contato, pelo mesmo serviço de atendimento ao consumidor, exigindo o pagamento. Ele ameaçava fazer um novo ataque caso fosse ignorado.
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Diante das ameaças, a Polícia Civil orientou que as lojas da rede de supermercado fossem fechadas preventivamente. Em uma delas, num outro bairro da cidade, foi localizado um segundo artefato explosivo. A bomba foi desarmada pela Gerência de Operações Especiais e pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Segundo análise dos especialistas das forças de segurança, o artefato era muito bem elaborado e permitia acionamento eletrônico à distância. No decorrer das investigações, as equipes conseguiram identificar a motocicleta usada pelo criminoso. A partir daí chegar até ele foi fácil.
Nessa quarta-feira (12) foi cumprido o mandado na residência do criminoso. No local foram encontrados pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, além da motocicleta e outros objetos usados no crime. Todos os materiais foram encaminhados à perícia oficial da Politec para análise.
R.M.D.O. não possuía passagens policiais e confessou ser o autor do crime. Segundo as investigações, ele planejava o crime desde outubro de 2022, quando começou a comprar equipamentos para as bombas e a escolher as vítimas.
Durante interrogatório, o bandido disse que tem mais de 15 anos de experiência com manuseio de explosivos e que fabricava bombinhas em casa. Segundo ele, desde o ano passado teve a ideia de causar prejuízos em “quem tem muito dinheiro” e a rede de supermercado foi a primeira que veio em sua mente já que, devido ao grande fluxo de pessoas, conseguiria instalar os artefatos sem ser percebido.
O bandido deverá responderá pelos crimes de extorsão qualificada (com agravamento pela lesão causada nas vítimas) e explosão.