RENAN MARCEL
APARECIDO CARMO
Preso na manhã desta quarta-feira (28), o empresário Carlos Bezerra ficou em silêncio durante as três horas em que esteve na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá. Ele teve a prisão domiciliar e as medidas cautelares revogadas pela Justiça, a pedido do Ministério Público do Estado, o que o levou de volta para cadeia. Segundo o delegado da DHPP, Marlon Luz, o filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra demonstrou evidente desrespeito às decisões judiciais.
"Ele acabou descumprindo as decisões e cautelares e por isso ele teve o mandado de prisão preventiva decretado. Esse comportamento denota uma transgressão contra a lei, denota um desrespeito ao Estado Democrático e uma sensação de impunidade. O desrespeito às ordens judiciais foi evidente", avaliou o delegado em entrevista à imprensa.
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"Ele não falou nada [enquanto esteve na delegacia]. O inquérito já foi encerrado pela DHPP e fez o indiciamento pelo duplo homicídio, que se converteu em processo. Hoje fizemos apenas o cumprimento formal da prisão", explicou.
O filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra responde pelo duplo homicídio de sua ex-companheira, Thays Machado e do então atual namorado dela, Willian César Moreno.
O crime aconteceu em 18 de janeiro de 2023 e Carlinhos foi preso em flagrante. Após apresentar um laudo médico apontando ter diabetes e a necessidade de realizar tratamento em sua residência, a Justiça concedeu a prisão domiciliar a ele. Entretanto, o Ministério Público Estadual (MPMT) desde então pedia a revogação da medida, com entendimento de que o laudo apresentado ser duvidoso.
Nesta quarta-feira, a juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa determinou que Carlinhos fosse encaminhando à Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, ou ao Complexo Penitenciário Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande. Segundo a magistrada, o filho de Bezerra não conseguiu comprovar sua extrema debilidade, causada por problemas de saúde. Além disso, conforme a juíza, Carlinhos fez várias saídas sem autorização da Justiça, visto que a cautelar imposta detemina que ele fique em sua residência 24h por dia.
"O requerido não ostenta os requisitos para manutenção da prisão domiciliar, revelando-se urgente a necessidade da revogação do benefício e restabelecimento da prisão preventiva, em razão de não ter comprovado a extrema debilidade, resultante de doença grave da qual seja portador, bem como em razão do descumprimento das cautelares impostas", diz trecho da decisão.
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Depois da delegacia, Carlinhos passou por exame de corpo de delito, um rito habitual para quem é preso, e depois passou por audiência de custódia, ocasião em que é verificada a legalidade da prisão e se todos as exigências da lei foram cumpridas. Nessa audiência, a juíza Ana Graziela Vaz Correa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar, determinou que o empresário fosse encaminhado à penitenciária de Várzea Grande.