DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
O delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Hércules Batista Gonçalves, responsável pelas investigações do homicídio do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41 anos, disse que o trabalho está sendo realizado de forma técnica e "sem paixões".
Alexandre foi morto com três tiros nas costas, na sexta-feira (01), pelo vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos), durante uma confusão no bairro Duque de Caxias, em Cuiabá.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (07), logo após receber uma comitiva de vereadores para tratar do caso, o delegado explicou que o trabalho da especializada é definir a autoria e materialidade do homicídio e que cada instutuição faz a sua parte.
"O trabalho da DHPP está sendo desenvolvido de forma técnica, sem adentrar em paixões, sem adentrar em outras visões. Cada instituição faz o seu papel. À DHPP, incumbe a ela definir autoria e materialidade de um homicídio. O que ocorreu lá foi um homicídio e é sobre esse homicídio que o trabalho da DHPP está se desenvolvendo", declarou.
Leia mais sobre o caso
Paccola diz que agiu tecnicamente: "Homem que saca arma para mulher, saca para executar"
Gonçalves ainda contou que já foram ouvidas várias testemunhas do crime, inclusive, o interrogatório do vereador.
"Estão sendo produzidas provas periciais, também está sendo reexaminado todo o conteúdo daquelas imagens e foram requisitadas outras, justamente para que a Polícia Civil possa se munir de todas as informações possíveis para concluir as investigações de forma exitosa, esclarecendo todos os pontos obscuros”, acrescentou o delegado.
A DHPP tem um prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, para concluir as investigações acerca do homicídio de Alexandre. Entretanto, o delegado afirmou que a expectativa é que todos os trabalhados sejam concluindo antes dos 30. Depois disso, ficou acertado que a íntegra do inquérito será enviado à Câmara de Cuiabá, para contribuir com o julgamento político, que pode culminar na cassação de Paccola.
“Quero dizer a vocês que nosso trabalho vem sendo desenvolvido de forma muito séria, muito robusta. Ao identificar, e se necessário, ouvir mais pessoas, ouviremos. A lei estabelece prazo de 30 dias para que a gente conclua, caso necessário, pode ter eventual pedido de dilação de prazo, mas a gente acredita que num prazo aí de 30 dias a gente conclua as investigações”, finalizou.
Relembre o caso
Era por volta das 19h de sexta-feira, quando aconteceu o homicídio. O agente estava com a namorada na frente de uma distribuidora. A mulher se envolveu em uma discussão com um grupo de pessoas, após invadir a avenida na contramão e em alta velocidade.
Alexandre estaria tentando mediar a situação e impedir a briga, mas o casal acabou discutindo. O vereador passava pelo local, quando viu uma aglomeração de pessoas na rua e decidiu parar.
Segundo Paccola, uma pessoa na aglomeração gritou que Alexandre estava armado e ameaçando a companheira. Foi então que o parlamentar interviu e atirou três vezes contra o agente, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Afastamento e cassação
No início da semana, a vereadora Edna Sampaio (PT) protocolou os pedidos de afastamento imediato e de cassação do vereador por quebra de decoro parlamentar.
Nesta quinta-feira (7), a Procuradoria da Câmara Municipal emitiu parecer favorável ao recebimento da denúncia, que foi encaminhada à Comissão de Ética. A Comissão tem até a próxima segunda-feira (11) para emitir posicionamento sobre o afastamento imediato e instauração de processo administrativo de cassação.