DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Antenor Pimentel Marcondes, afirmou na manhã desta segunda-feira (10) que a facção alvo da Operação "A Cesar o que é de Cesar" se baseava no lucro de comerciantes para fazer as extorsões, em Várzea Grande. Alguns lojistas chegavam a pagar R$ 70 mil para não serem alvos de ataques.
"Um espetinho de gato pagava R$ 200, uma loja paga R$ 300 ou R$ 500 por uma falsa segurança. Depois disso, eles exigiam o balanço das lojas, o que tinha de estoque, faturamento e a partir daí, eles fazem um levantamento do porte daquela empresa, e exigiam um pagamento inicial de R$ 50 até R$ 70 mil. Se a pessoa for parceira, cooperar e não tentar enganar eles baixam o pagamento para R$ 3 mil", explicou delegado.
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Deflagrada nesta manhã, a ação cumpriu mandados de prisão contra os líderes do esquema, identificado como O.R., e conhecido pela alcunha de Shelby, e o comparsa dele, C.R.L.S., conhecido como ‘Maxixi’, além de mandados de busca, sequestro e bloqueio de bens dos investigados.
De acordo com a autoridade policial, as investigações começaram em novembro do ano passado após receberem diversas denúncias. A modalidade é considerada nova, porque os líderes do grupo criminoso costumam exigir taxa de segurança.
Os empresários eram obrigados a pagar uma taxa mensal para "segurança". Essa "mensalidade" variava de acordo com o faturamento de cada loja, em média casa empresa tinha que pagar 5% do seu faturamento para os criminosos.
"Eles chegavam falando que era um projeto novo, a ameaça é gradativa, primeiro eles começam com o convencimento. 'Trabalhem com a gente, somos irmãos, vamos regulamentar o mercado, aquele comerciante que estiver vendendo muito abaixo, vamos procurar saber o porquê'. Então eles entram como um terceiro estado regulador e vêm cobrar o imposto. Eles querem substituir o estado, oferecem vantagens, tanto que muitos comerciantes abriram as portas para a facção pois concordavam com a taxa", disse.
Ainda conforme o delegado, caso os empresários se recusassem a fazer o pagamento, eles começavam as ameaças de assassinato e de atear fogo nas empresas.
“Hoje foram presos os dois principais autores/executores, os que deram a cara, sendo os mais violentos. Um deles é conhecido como sendo disciplina do Comando, o outro o braço direito”, disse.
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