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Cuiabá, 28 de Novembro de 2024
28 de Novembro de 2024

02 de Agosto de 2020, 19h:40 - A | A

POLÍCIA / LIGAÇÃO DUROU 14 MINUTOS

Isabele já estava morta quando Samu foi acionado por empresário

Logo no início da conversa com o médico regulador do Samu, Marcelo Cestari afirma que a adolescente não respirava, não tinha pulso e havia perdido muito sangue

DA REDAÇÃO



Foram 14 minutos e 32 segundos entre o momento que Marcelo Cestari é atendido pelo médico regular do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a chegada da ambulância na casa dele, no condomínio Alphaville 1, na noite do dia 12 de julho, quando Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu com um tiro na cabeça.

Desde o início Marcelo afirma para o médico que Isabele não está respirando. Ele relata que ela caiu no banheiro e que tinha muito sangue no local, “cerca de dois litros”. Chega a dizer que acredita que a adolescente teve um trauma de crânio.

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Alguém ao fundo fala de tiro, e Marcelo rebate: “não tem tiro nenhum”.

Com 1 minuto e 30 segundos de ligação, o médico do Samu questiona Marcelo se é queda no Jardim Itália. Ele afirma que sim. Neste momento, o médico diz que está recebendo um outro chamado afirmando que é tiro, e o empresário insiste: "é queda, é queda”.

O médico começa a explicar como o empresário deveria fazer a massagem cardíaca.

Com cerca de 3 minutos alguém, provavelmente a adolescente que disparou a arma, afirma que foi tiro e explica como teria sido a situação.

Depois de 4 minutos de ligação, o médico volta a afirmar que “estão falando que é tiro”.

Neste momento, Marcelo confirma. “Agora que a menina está falando”, disse.

Pouco depois é possível ouvir a voz desesperada da mãe de Isabele, Patrícia Guimarães Ramos, que acabava de chegar ao local. “O que aconteceu? Meu Deus”.

 

Marcelo pede para que Patrícia olhe o pulso da filha, e ela diz: “eu não consigo, eu não consigo”.

As compressões continuam e a cada dois minutos Marcelo para e checa o pulso de Isabele, informando ao médico que ela não tem pulsação.

O médico do Samu questiona se Marcelo sabe quem é a vítima, sabe quem é o agressor e se ele está seguro. “O agressor está no local?”, pergunta, afirmando que se houvesse risco para ele era para interromper a massagem.

Marcelo responde: “Não é agressor, é acidente”.

Por duas vezes o médico do Samu fala para Marcelo que se ele não estivesse aguentando mais, que podia parar. Por várias vezes ele pediu a Marcelo se não tinha alguém para ajudá-lo nas comprenssões, por ser um movimento muito desgastante.

“Não tem mais (pulso), tem muito sangue aqui”, diz o empresário chorando.

Após cerca de 9 minutos de ligação, o médico pede para ele dar o máximo que conseguir, mas logo depois afirma: “o senhor está autorizado a parar se não conseguir mais”.

“Eu não vou parar. Eu consigo”, afirmou Marcelo, voltando a dizer que ela não tinha pulso.

Quase no fim da ligação, Marcelo informa que chegou um médico no local, mas não é o médico do Samu.

Trata-se de Manoel Garibaldi Cavalcante, que foi acionado pela mãe de Isabele.

Ele entra no banheiro e logo afirma: “está morta, não tem, tá morta, não tem pulso, não tem nada”. Em seguida, constata que o tiro foi na cabeça.

O médico do Samu pede para ele descrever a situação e Cavalcanti responde: “A minha avaliação é que ela está morta. Não tem pulso, não tem nada. Tem uma quantidade de sangue muito grande”.

A equipe do Samu chega e a ligação é desligada. Mas a equipe apenas constata óbito.

A gravação da ligação foi publicada pelo site Midianews, na tarde deste domingo (02).

Ouça a seguir.

 

 

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