DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A Justiça de Mato Grosso reconheceu a prescrição e livrou João Arcanjo Ribeiro e outros 13 réus alvos da Operação Mantus, deflagrada em 2019, que desarticulou duas organizações criminosas que promoviam jogos de azar e lavagem de dinheiro em Mato Grosso. A decisão é do último dia 21 e foi proferida pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
A ação penal foi proposta pelo Ministério Público contra o ex-bicheiro, o genro dele Giovanni Zem Rodrigues, e também contra Mariano Oliveira da Silva, Agnaldo Gomes de Azevedo, Noroel Braz da Costa Filho, Adelmar Ferreira Lopes, Sebastião Francisco da Silva, Marcelo Gomes Honorato, Paulo Cesar Martins, Breno Cesar Martins, Bruno Cesar Marfins Aristides Marfins, Augusto Matias Cruz, Jose Carlos de Freitas e Valcenir Nunes Inério.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Eles foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro, extorsão mediante sequestro e prática de “jogo do bicho”, que é ilegal no país.
Ao analisar o processo, o magistrado explicou que a contravenção do Jogo do Bicho, prevista no art. 58 do decreto n° 6259/44, em tese praticada pelos réus, possui pena máxima de 1 ano de prisão simples. Desse modo, aplicando o prazo prescricional de 4 anos, houve a declaração da prescrição, uma vez que a denúncia foi recebida em julho de 2019.
Leia mais - Tribunal de Justiça manda soltar rival de Arcanjo no comando do jogo do bicho
“A considerar que da data do recebimento da denúncia, 04/07/2019, decorreu referido termo legal, sem qualquer causa de suspensão ou interrupção do lapso prescricional, julgo extinta a punibilidade dos acusados”, proferiu o magistrado.
Operação Mantus
A Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou a Operação Mantus para prender duas organizações criminosas, responsáveis por comandar o jogo do bicho no Estado, a Colibri e a Ello/FMC.
Os investigadores cumpriram 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
As ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais cinco cidades do interior de Mato Grosso. Um dos alvos foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, com apoio da Polícia Federal.
As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
A Colibri é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a Ello/FMC é liderada por Frederico Muller Coutinho.