JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, teve a prisão mantida pela Justiça. Ele passou por audiência de custódia nessa quinta-feira (19), depois de ser detido por envolvimento em fraudes na prestação de serviços à Saúde Pública de Sinop (500 km da Capital). O esquema teria movimentado cerca de R$ 87 milhões.
Célio teve a prisão preventiva decretada no âmbito da Operação Cartão-Postal, deflagrada pela Polícia Civil, na quinta. O juiz substituto João Francisco Campos de Almeida não viu irregularidades e manteve o ex-secretário detido.
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Essa é a terceira vez que Célio é preso. A primeira prisão foi em outubro de 2021, no âmbito da Operação Cupincha, deflagrada pela Polícia Federal. Célio, à época secretário, foi acusado de desviar verba destinada para o custeio de leitos de UTI para pacientes com covid.
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Ex-secretário de Cuiabá, Célio Rodrigues e advogado são presos por fraudes na Saúde de Sinop
Em fevereiro de 2023 ele foi preso novamente pela Polícia Civil na Operação Hypnos. Dessa vez, o desvio de dinheiro foi na compra de medicamentos que nunca foram entregues.
Na decisão em que determinou a prisão de Célio naquela época, o juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), destacou que ele “possui uma personalidade voltada ao crime”.
Outros alvos
Além de Célio, na operação também foram presos o advogado Hugo Florêncio de Castilho, Jefferson Geraldo Teixeira, Roberta Arend Rodrigues Lopes, Elisangela Bruna da Silva e João Bosco da Silva.
Ainda nesta ação policial, foi pedido o afastamento parcial do procurador do Munícipio, Ivan Schneider. Com a medida, ele não poderá expedir pareceres, despachos, portarias, dentro outros atos relacionados especificamente à Saúde de Sinop.
A secretária de Saúde, Daniela Galhardo, também teve o afastamento decretado. Ela foi exonerada pelo prefeito de Sinop, Roberto Dorner (Republicanos).
Outros investigados são Fabíula Martins Lourenço, Ângela Maria Pitondo de Oliveira; Deise Juliani, Helena Maria Santos Barbosa; Bruno Borges; Adriana Teixeira Martins e Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves Preza.
Todos deverão cumprir medidas cautelares, como a proibição de acesso às dependências administrativas da Saúde e do Instituto de Gestão de Políticas Públicas – IGPP.
Operação Cartão-Postal
Com base nas investigações, identificou-se a atuação de uma suposta organização criminosa, que seria bastante estruturada, com clara hierarquia, divisão de tarefas entre seus componentes e que teria um sofisticado esquema de atuação em conexão com o Poder Público Municipal, cujo objetivo principal era fraudar de modo consistente a prestação do serviço de saúde na cidade, para auferir lucro e realizar diversos repasses financeiros aos líderes do esquema.
Foi verificado que a organização social, que hoje gerencia a pasta da Saúde de Sinop, teria sido especialmente ajustada para assumir a prestação do serviço de forma precarizada, tendo em vista diversas alterações formais que aconteceram em sua composição no mesmo período em que disputava a dispensa de licitação para assumir tais atividades, entre maio de junho de 2022.
Essa organização social voltou a vencer dispensas de licitação ocorridas entre outubro e novembro de 2022 e entre abril e maio de 2023, de modo que continua a atuar na cidade até hoje.
Roberto Robson Silva Antunes 20/10/2023
Já pode pedir música no fantástico, cambada de bandidos,prisão é pouco...
1 comentários