DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A Justiça de Minas Gerais autorizou, em audiência de custódia nesta quinta-feira (21), a transferência do pistoleiro Antônio Gomes da Silva, que executou a tiros o advogado Roberto Zampieri, para Cuiabá. No entanto, a juíza Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva deixou de decidir sobre a manutenção da prisão temporária, feito pela Polícia Civil, o que deverá ser analisado pela justiça mato-grossense.
Antônio foi preso nessa quarta-feira (20), na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A mandante do crime, a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, também foi presa. Ela foi encontrada em um posto de combustível em posse de uma arma de fogo, em Patos de Minas.
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Zampieri foi morto no dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório no bairro Bosque da Saúde. O homem fez uma emboscada por mais de uma hora e, assim que Zampieri entrou em seu carro, uma Fiat Toro, foi executado com pelo menos 9 tiros.
Em entrevista ao RepórterMT, o delegado Edison Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Mato Grosso (DHPP), disse que Antônio “é um artista” e exímio mentiroso.
Apesar das muitas mentiras, Antônio não pode negar o crime, já que ele aparece nas imagens de câmeras de segurança do escritório Zampieri e Campos, um dia antes do homicídio.
“Ele é um artista. Assim como ele enganou o doutor Zampieri, quando ele esteve no escritório, se passou por cliente e contou uma história de uma aquisição de terras para fazer um mal, ele tentou enganar a polícia. Contou muitas histórias. Pra cada polícia ele contou uma história diferente. E a cada recomeço do depoimento, ele novamente contava uma nova história. Então, resumindo, ele mentiu muito”, afirmou o delegado.
"Ele confessou que foi ele, não tem como negar, as imagens mostram ele, né. Só não deu muitos detalhes de como foi, se foi pago, não deixou muito clara essa situação.”
Ainda conforme o delegado, ainda não se tem uma data para a chegada do criminoso em Cuiabá.
Briga em processo por terras
A motivação do assassinato teria sido a disputa pela fazenda Lago Azul, no município mato-grossense de Ribeirão Cascalheira.
Zampieri atuou como advogado da empresária em 2020 nessa ação. Durante os trabalhos, ele fechou um acordo, com aval dos proprietários - pais da empresária - entretanto, Maria Angélica teria voltado atrás e passado a acusar Zampieri de "trair seus interesses e de falsificar assinaturas".
A partir daí, Maria Angélica declarou "guerra" a Roberto Zampieri e a Evelci Rossi, que adquiriu a fazenda e venceu o processo.
Os dois fizeram uma queixa-crime contra Maria Angélica e ela foi condenada a pagar uma indenização de R$ 200 mil ao advogado, uma semana antes do crime, em 29 de novembro.
