MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
A mãe de Isabele Guimarães Ramos, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, apresentou uma notícia crime à 12ª Promotoria Criminal e à 18ª Promotoria da Infância e Juventude de Cuiabá contra oito pessoas, sendo quatro membros da família Cestari, um delegado, dois policias civis e um policial militar. A ação, assinada pelo advogado de Patrícia, Hélio Nishiyama, foi protocolada na segunda-feira e requer que as oito pessoas sejam denunciadas por prevaricação, fraude processual e advocacia administrativa. A denúncia é que no dia 12 de julho, quando Isabele morreu, elementos da cena do suposto crime foram retirados, além de pessoas externas terem circulado no local.
Isabele levou um tiro na cabeça disparado pela amiga B.O.C., filha do empresário Marcelo Martins Cestari, em uma casa no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
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No pedido, Marcelo, sua esposa Gaby Cestari e dois filhos são acusados de fraude, pois removeram a cápsula da bala que matou Isabele do local. Além disso, eles guardaram as armas, e as adolescentes tomaram banho e trocaram de roupa. As ações são apontadas como uma tentativa de encobrir o que de fato ocorreu na casa.
Já o delegado Olímpio Cunha é apontado como parcial e conivente, já que permitiu circulação de várias pessoas não autorizadas na cena do crime, a qual devia estar isolada. O delegado também não encaminhou os envolvidos na morte para a delegacia, os quais deveriam prestar depoimento no dia dos fatos.
“Tudo leva a crer que a autoridade policial, desde logo, adotou como verdade absoluta a versão dada pela adolescente autora do disparo e, por isso, não se interessou em realizar qualquer diligência investigativa”, diz trecho do documento.
Já os policiais civis e militares, que são amigos de Cestari, são acusados de ajudar na encenação e proteger o empresário. Dois deles chegaram a acompanhar Marcelo Cestari na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no qual ele foi o único a ser encaminhado para flagrante, por posse irregular de arma de fogo.
Cestari foi liberado, após pagar fiança de R$ 1 mil, valor considerado irrisório para o patrimônio do empresário.
Nishyama ainda aponta que durante as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), os crimes cometidos pela família Cestari ficaram evidentes.
Cada acusação é embasada com imagens, laudos oficiais, e depoimentos prestados na DEA.