THIAGO STOFEL
REPÓRTERMT
Márcio Ferreira Gonçalves, marido da pecuarista Inês Gemilaki, declarou que não estava presente no momento da invasão à confraternização, ocasião em que duas pessoas foram assassinadas e um padre ferido. O crime ocorreu em Peixoto de Azevedo no fim de semana. Em audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (24), ele negou ter conhecimento prévio do crime, mas deu explicações sobre a motivação ao contar que a esposa cometeu o crime porque estava sofrendo ameaças do garimpeiro “Polaco”, que era o principal alvo do bando, mas acabou sobrevivendo.
“Eu não sabia do crime, eu não estava junto. Eu só fui saber depois que aconteceu tudo. Daí eu fiquei com medo porque eu achei que eram as pessoas que estavam ameaçando a minha esposa. Porque tinha gente ameaçando ela, foi por isso que tudo aconteceu", disse Márcio.
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Ele ainda alegou que após ter conhecimento do crime, fugiu para o município de Alta Floresta para levar os cachorros da Inês. Disse também que a intenção dele sempre foi se apresentar à polícia.
Por fim, Márcio ainda declarou que não participou do crime e que, no momento dos assassinatos, ele estava em uma oficina trabalhando. A versão foi reforçada em depoimento prestado pela cunhada dele, que disse que Márcio saiu da confraternização em que estavam para ir trabalhar.
Márcio alega ter sido confundido com seu irmão, que estava junto de Inês e Bruno no momento da invasão.
Na audiência, a juíza Milena Ramos de Lima, da Vara Criminal de Alta Floresta, declinou da competência e determinou que a manutenção ou não da prisão de Márcio seja decidida por um magistrado de Peixoto de Azevedo, cidade onde o crime ocorreu. Até lá, ele seguirá detido, enquanto aguarda transferência.
Motivação e crime
Segundo apurou o RepórterMT, o assassinato ocorreu porque a família vinha sendo ameaçada por um garimpeiro da cidade conhecido como “Polaco”, em razão de uma dívida de aproximadamente R$ 60 mil, em razão do aluguel de uma propriedade.
Inês Gemilaki obteve uma vitória na Justiça sobre o caso, mas o garimpeiro teria continuado a intimidar a pecuarista, que decidiu agir por conta própria.
Antes de cometer o crime, ela registrou um boletim de ocorrência contra “Polaco”, mas o teor do documento não foi revelado pelas autoridades.
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O crime foi executado na tarde de domingo, quando mãe e filho invadiram a casa do garimpeiro e atiraram contra Pilson Pereira da Silva, de 65 anos, e Rui Luiz Bogo, de 71 anos. Inês teria tentado atirar contra “Polaco” por três vezes, mas a arma falhou nas três tentativas.
Na sequência, imagens mostram o grupo realizando disparos contra a propriedade. O marido de Inês, Márcio, teria dado apoio dirigindo o veículo usado na fuga, uma Ford Ranger branca.
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