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Cuiabá, 28 de Setembro de 2024
28 de Setembro de 2024

19 de Setembro de 2023, 07h:44 - A | A

POLÍCIA / NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA

Médicos são indiciados por homicídio de menina de 3 anos que morreu durante atendimento em UPA

Investigação da Polícia Civil constatou que houve negligência por parte do médico que fez o primeiro atendimento e imperícia do terceiro profissional.

JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT



Dois médicos foram indiciados por homicídio culposo pela morte da pequena Manoella Tecchio, de apenas 3 anos de idade. A menina morreu no dia 09 de março, após ser internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sinop (500 km de Cuiabá).

O inquérito policial foi concluído nesta semana e foi enviado ao Poder Judiciário. De acordo com o delegado Ugo Reck Mendonça, responsável pelas investigações, ficou constatado que houve negligência por parte do médico que fez o primeiro atendimento e imperícia do terceiro profissional.

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A partir dessas constatações, dois dos três médicos que atenderam a criança foram indiciados pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

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O delegado destacou ainda que a exumação do corpo da pequena Manoella foi um procedimento sensível, porém fundamental para as investigações, já que ofereceu elementos para o indiciamento dos médicos.

“Antes tínhamos indícios do primeiro atendimento. Com a exumação identificamos uma imperícia por parte do terceiro médico que atendeu a vítima e que levou à morte da menina”, afirmou.

Ainda conforme a Polícia Civil, a certidão de óbito constou que a menina morreu em decorrência de choque séptico e agravamento da pneumonia. No entanto, após a exumação, a perícia identificou que a morte ocorreu por conta de choque hipovolêmico (perda de sangue) causado por pneumotórax hipertensivo.

O documento foi enviado ao Poder Judiciário.

O caso

Manoella Tecchio, de 3 anos, morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento de Sinop, após dar entrada com tosse seca. A Prefeitura Municipal determinou abertura de uma sindicância para apurar o caso e afastou a médica responsável pelo atendimento.

Segundo o pai da criança, ela estava com sintomas de gripe e apresentou tosse seca. Eles a levaram até a UPA e a médica pediu exame de sangue e urina, que não teria constatado nada. A profissional, então, teria medicado um remédio para tosse alérgica e mandou a criança para casa.

Porém, a menina não melhorou e, no outro dia, voltaram a levá-la até a UPA. Manoella foi examinada novamente e uma radiografia constatou que o pulmão estava bastante comprometido. Foi solicitada a transferência para uma UTI Neonatal em cidades vizinhas, mas nenhum leito estava disponível.

Os profissionais da UPA tentaram realizar um procedimento para salvar a criança ali mesmo, mas a menina não resistiu.

“A gente não sabe o que aconteceu e como foi feito, pois a gente não teve acesso e a gente não sabe se foi feito algum tipo de drenagem ou não. Simplesmente Manoella teve quatro paradas cardíacas e na quinta ela não resistiu e acabou falecendo”, disse o pai da criança à época.

Ainda em março, a Prefeitura de Sinop já tinha afastado a médica responsável pelo atendimento de Manoella e determinou abertura de sindicância para apurar o atendimento e os protocolos adotados que envolveram a morte.

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