DO REPÓRTERMT
O vereador de Cuiabá Paulo Henrique (MDB) movimentou, em um ano, o valor de R$ 1,2 milhão em uma única conta bancária, conforme o relatório da investigação policial que sustentou a decisão de mandar prender o parlamentar, acusado de liderar esquema de lavagem de dinheiro para facção por meio de casas noturnas da capital mato-grossense.
De acordo com a investigação, o valor de R$ 1.271.329,45 foi movimentado em sua conta bancária, no Banco do Brasil, entre 22 de junho de 2023 e 05 de junho deste ano.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Boa parte da movimentação foi fruto de transferências via Pix, que somaram R$ 408,4 mil. Já as transferências por DOC/TED somaram R$ 227,6 mil, ordem bancária R$ 211,5 mil, depósitos online R$ 168,7 mil e salários R$ 165,3 mil.
Apesar da renda mensal declarada de R$ 36,6 mil, formada principalmente pelo salário de vereador e pelas vantagens a que tem direito por integrar o Legislativo municipal, ainda assim o montante que passou por sua conta é incompatível com a sua renda. Candidato à reeleição, Paulo Henrique declarou à Justiça Eleitoral que não tem patrimônio em seu nome.
Para fins de comparação, entre abril de 2020 e março de 2021, passaram pela mesma conta R$ 813.513,43. O relatório ainda apontou que o comportamento do parlamentar, que faz depósitos em terminais de autoatendimento e transferências via PIX para diversas pessoas, indicam que os valores eram movimentados de forma a evitar a identificação de sua origem e destino final.
“Sendo assim, os fortes indícios apresentados permitem a este julgador, ao menos por ora, vislumbrar que não há lastro de legalidade do montante e, ademais, se analisado em cotejo aos fartos elementos de informação que compõem a investigação, revelam ser de natureza espúria, consoante aponta a hipótese investigativa adotada pelos órgãos de persecução penal”, aponta o magistrado João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).
Nesse sentido, decretou o sequestro de uma chácara e dois veículos, sendo um Renalt Sandero e um Jeep Renegade. Além disso, determinou o bloqueio de R$ 1 milhão de José Márcio Ambrósio Vieira, apontado como “testa de ferro” do vereador no esquema criminoso.
A Operação Pubblicare, deflagrada hoje, é um desdobramento da Operação Ragnatela, datada de junho deste ano.