facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 27 de Novembro de 2024
27 de Novembro de 2024

15 de Julho de 2020, 21h:25 - A | A

POLÍCIA / CASO ISABELE

Menor admite que pode ter ‘encostado’ no gatilho da arma que matou amiga com tiro na cabeça

Em depoimento, B.O.C deu detalhes de como tudo aconteceu na noite de domingo (12), quando teria atirado, acidentalmente, e matado Isabele dentro de casa, no Alphaville 1, em Cuiabá.

MÁRIO ANDREAZZA
DA REDAÇÃO



Em depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a adolescente B.O.C.,14 anos, teria admitido ao delegado Olímpio da Cunha Fernandes que há possibilidade de que tenha apertado, acidentalmente, o gatilho da pistola calibre .380 no momento em que a arma disparou e atravessou a cabeça de Isabele Guimarães Ramos, 14, durante a noite do último domingo (12) dentro de casa no condomínio Alphaville 1, bairro Jardim Itália, em Cuiabá.

A declaração foi dada nessa terça-feira (13) na sede da DHPP, onde a menor chegou junto com o pai, o empresário Marcelo Martins Cestari, em um total de quase 7 horas de depoimento.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Em meio às horas em que foi submetida a relatar detalhadamente os fatos e a esclarecer as dúvidas do delegado, B.O.C. teria explicado que não se lembra exatamente como a pistola disparou, mas que foi no momento em que segurava a case (espécie de maletinha), que continha duas armas dentro, que deixou cair ao tentar abrir a porta do banheiro de seu quarto, onde Isabele estava.

Porém, no momento em que se abaixou para pegar a pistola, que tinha saído parcialmente da case, com a mão direita, e pegou a maletinha aberta com a outra arma dentro, com a mão esquerda, se sentiu “desconfortável, meio sem equilíbrio e por reflexo colocou uma arma em cima da outra”, com a intenção de se ajeitar e guardá-las novamente, mas nesse momento a arma disparou e acabou atingindo a ‘melhor amiga’. De tal modo, não poderia confirmar com exatidão se tocou ou não no gatilho, 'mas que acredita que sim".

A adolescente, muito abalada ao relatar os fatos, teria ressaltado que “o disparo foi acidental e que nunca houve e nem poderia conceber tirar a vida da sua amiga, que o fato ocorrido foi trágico acidente”.

O depoimento 

B.O.C. teria começado a explicar as circunstâncias do fato revelando que é praticante de tiro esportivo, bem como toda sua família e seu namorado.

Na sequência, em ordem cronológica, a menor começou a relatar os fatos desde a tarde, quando Isabele chegou em sua casa logo após o almoço, por volta das 13h. A case com as duas armas foram levadas pelo namorado de B.O.C., um adolescente de 16 anos, que chegou a residência às 15h para mostras as pistolas ao empresário Marcelo Martins Cestari.

Conforme o havia apurado anteriormente, Cestari estaria interessado na compra das armas.

Em seguida, de acordo com o depoimento, a adolescente ficou conversando com Isabele, os irmãos e o namorado, vendo fotos, e a tarde passou. 

Após o jantar, o namorado de B.O.C. teria pedido para que o empresário ficasse com as armas guardadas em sua casa, já que ele (namorado da filha) seria buscado pelo irmão e seria perigoso transportar a case com armas durante a noite, pelo risco de cair em uma blitz.

Quando o adolescente foi embora teria deixado a case com as duas pistolas sobre o braço de um dos sofás da casa, quando horas depois, Cestari pediu para que um dos filhos pegasse a maletinha e fosse guardar e ela (B.O.C.) se prontificou a fazer isso.

"Nesse momento a declarante observou que a [amiga] tinha acabado de subir a escada, indo em direção ao seu quarto. A declarante pegou a case e subiu atrás dela (Isabele), com o intuito de saber o que ela iria fazer no seu quarto. Que ao chegar ao quarto, a declarante chamou pela amiga, não obtendo resposta, mas constatando que ela estaria no banheiro", diz trecho do documento. 

Foi explicado que o banheiro da adolescente fica dentro do closet do quarto. B.O.C. seguiu em direção ao cômodo gritando pela amiga. Ao chegar na frente do banheiro, tentou abrir a porta com uma das mãos e continuou segurando a case com a outra, quando deixou a maleta com as duas armas cair no chão. 

"Decidiu bater a porta do [banheiro] que, ao soltar uma das mãos, o case caiu no chão, abrindo e expondo as duas armas, tendo uma caído parcialmente fora do case; que neste momento, a declarante abaixou para pegar os objetos, tendo empunhado uma das armas com a mão direita e equilibrado a outra com a mão esquerda em cima do case que estava aberto. Que em decorrência disso, sentiu certo desequilíbrio ao segurar o case com uma mão, ainda contendo uma arma, e a outra arma na mão direita, gerando o reflexo de colocar uma arma sobre a outra, buscando estabilidade, já em pé. Neste momento houve o disparo", revelou em outro trecho do documento.

Após o tiro, B.O.C. disse que fechou os olhos com medo do que poderia ter acontecido com a amiga e começou a gritar por Isabele, quando um de seus irmãos chegou e se deparou com o que tinha acontecido.

"Evitou olhar no sentido do banheiro com medo do que pudesse ter ocorrido, que logo em seguida, em decorrência dos gritos, seu irmão, viu que a declarante estava com o case nas mãos e determinou que ela fosse guardar o case, tendo ele entrado no banheiro e, em seguida, gritado por socorro”, explica no depoimento.

A menor disse que conforme pedido pelo irmão correu até o quarto dos pais e colocou a case com as armas dentro do armário da mãe e depois volto, quando viu as pernas de Isabele no chão, “mas não teve coragem de entrar e se deparar com a cena inteira”.

Com o pedido do irmão, ela correu até o closet de sua mãe e 'enfiou' o case no armário e retornou ao seu quarto. Nesse momento adentrou no closet e viu as pernas da vítima caída, no banheiro, “mas não teve coragem de entrar e se deparar com a cena inteira”.

B.O.C. disse ainda que se lembra de ver o pai no telefone com a equipe de resgate do Samu, sendo orientado a prestar os primeiros socorros enquanto a ambulância não chegava e que nesse momento o empresário gritou para que buscasse pela mãe de Isabele.

Em seguida, chegou a mãe da vítima e um médico amigo da família, que constatou a morte da menina.

 

Comente esta notícia

antonilda 17/07/2020

MUITO ESTRANHO O RELATO DESSA MENOR .IMPRESSIONANTE A FRIEZA DELA

positivo
0
negativo
0

rodolfo 16/07/2020

Vão começar aqueles comentário de especialista de plantão. Que Deus conforte os familiares dos envolvidos!!

positivo
0
negativo
0

liliana mr Almeida 16/07/2020

Pela que li nesta reportagem e menina foi muito fria ..em vez de tendar ajudar a Isabela , está + preocupada em guardar a arma ... muito estranho tudo q li .

positivo
0
negativo
0

3 comentários