FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público Estadual (MPMT) denunciou os advogados e o policial militar alvos da Operação Gravatas, deflagrada no dia 12 de março. O bando é investigado por integrar o Comando Vermelho. Eles informavam e colaboravam com as lideranças da facção na execução de crimes na região Norte de Mato Grosso.
Os denunciados são Hingritty Borges Mingotti, Tallis de Lara Evangelista, Roberto Luís de Oliveira, Jéssica Daiane Maróstica e o soldado Leonardo Qualio.
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Segundo as investigações, foram identificados os envios de autos de prisões em flagrantes, relatórios policiais, mandados de prisão em aberto e até imagens de operações policiais aos integrantes da facção.
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Além disso, os advogados faziam a intermediação entre as lideranças que atuam de dentro dos presídios e os faccionados que eram presos tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Militar.
A polícia identificou que, com apenas um dos advogados, mais de 81% dos seus clientes eram ligados a essa facção, responsáveis por crimes como tráfico de drogas, roubos e homicídios.
“Os faccionados que estão lá dentro do sistema prisional já sabiam em tempo real o que estava acontecendo na rua. Chegou ao ponto de ter a foto da nossa viatura de dentro de uma casa em Tapurah e o advogado já ter acesso a essa imagem e replicar para as lideranças”, contou à época, o delegado responsável pelo caso.
O relatório investigativo aponta, por exemplo, que a advogada Hingritty Borges Mingotti usava da prerrogativa de poder ter conversas reservadas com presos para gravar áudios e repassar aos líderes da facção. Ela mantinha contato direto com o criminoso, líder do CV, Paulo Henrique Campos de Aguiar. Ela compartilhava diversas informações sigilosas com ele, que repassava para outro faccionado, que também está preso, Tiago Telles.
Paulo Henrique é líder do Comando Vermelho em Tapurah, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã e de boa parte de Sorriso. Já Tiago atua como “braço direito ou espelho” de Paulo Henrique, a fim de representá-lo frente a outros faccionados.
Conforme o relatório assinado pelo delegado Guilherme Pompeo, a advogada repassava informações sobre o andamento de ações penais, as quais Tiago não era parte.
“Inclusive, o informa sobre os indivíduos que tiveram suas prisões preventivas e internações provisórias (menores) decretadas”, diz trecho do documento.
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