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Cuiabá, 31 de Março de 2025
31 de Março de 2025

27 de Março de 2025, 13h:45 - A | A

POLÍCIA / CRIME BÁRBARO

MP: Assassina escolheu Emelly porque era uma menina pobre e negra

Nataly asfixou Emelly, arrancou o bebê de sua barriga e a enterrou em uma cova rasa.

EDUARDA FERNANDES



O Ministério Público de Mato Grosso afirmou, na denúncia contra Nataly Helen Martins Pereira, 25, que a escolha da vítima, Emelly Beatriz Azevedo Sena, de apenas 16 anos, não foi aleatória. Segundo o promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo, Nataly premeditou o crime e procurou por uma vítima com um perfil específico: jovem, grávida, negra e em situação de vulnerabilidade social.

"Ela escolheu Emelly porque sabia que sua morte não causaria comoção. Porque era uma menina pobre, negra, uma jovem grávida que, para a assassina, poderia simplesmente desaparecer sem que ninguém sentisse falta", diz um trecho da denúncia, apresentada nessa quarta-feira (26).

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Ela escolheu Emelly porque sabia que sua morte não causaria comoção

O MP sustenta que Nataly tratou a vítima como um "mero objeto de uso", reduzindo-a à sua condição de gestante para atingir seu objetivo criminoso.

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A investigação apontou que Nataly monitorava grupos de doação para bebês nas redes sociais em busca de uma vítima. Quando encontrou Emelly, iniciou contato oferecendo supostas doações e marcou um encontro na própria residência. "Nada foi por acaso. Houve um planejamento meticuloso para atrair a vítima e garantir que o crime fosse cometido da forma mais cruel possível", destaca o promotor.

A denúncia detalha que, ao chegar ao local, Emelly foi atacada por trás, amarrada e asfixiada com sacos plásticos. Com a vítima ainda viva, Nataly usou uma faca e uma navalha para abrir sua barriga e retirar o bebê. "A brutalidade desse crime não foi apenas um ato de violência extrema. Foi a expressão de um desprezo absoluto pela vida de uma mulher que a assassina considerava descartável", reforça a Promotoria.

Após extrair a recém-nascida, Nataly tentou registrar a criança como sua filha no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, usando um documento falso. No entanto, médicos perceberam que ela não havia passado por um parto, o que levou à descoberta do crime.

Foi a expressão de um desprezo absoluto pela vida de uma mulher que a assassina considerava descartável

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Nataly foi denunciada por oito crimes: feminicídio qualificado, tentativa de aborto sem consentimento da gestante, subtração de recém-nascido para colocação em lar substituto, dar parto alheio como próprio, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso. O MP pede que ela vá a júri popular e seja condenada a reparar os danos às vítimas.

"Não foi um crime passional, não foi um surto. Foi um ato planejado, cruel e marcado por um profundo desprezo pela vítima, escolhida deliberadamente por ser mulher, jovem, negra e vulnerável", conclui a denúncia.

 

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