DA REDAÇÃO
O Ministério Público do Estado (MPE) afirma que testemunhas da chacina de Colniza estão sendo ameaçadas e requer ao Judiciário que duas delas sejam ouvidas em Cuiabá. O pedido foi feito durante audiência de instrução e julgamento realizada no município.
Conforme o MPE, uma das testemunhas relatou que da última vez que esteve em Colniza, após a chacina, levou nove tiros e teve que passar cinco dias escondida. A testemunha alegou que não registrou boletim de ocorrência porque quando prestou depoimento sobre o caso recebeu garantia de que teria proteção. A mesma testemunha informou, ainda, que seis pessoas foram atrás dela e que “quase a mataram”.
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“Desse modo o Ministério Público requer que seja designada a oitiva das testemunhas para a Comarca de Cuiabá em tempo hábil para que a acusação possa avisá-los, uma vez que se encontram escondidos, mencionando apenas que entrarão em contato em breve, se comprometendo, a acusação, desde já em cientificá-los da data a ser designada para intimar a defesa para o ato”.
Durante a audiência, o MPE reiterou o parecer no sentido da manutenção da prisão preventiva de Moisés Ferreira, Paulo Neves Nogueira, Pedro Ramos Nogueira e Valdelir João de Souza (acusado de ser o mandante do crime) por entender que ainda subsistem os fundamentos que a decretaram. “A instrução somente vem a reforçar o fumus comissi delicti, de modo que o envolvimento dos acusados não podem ser excluídos pelo fato de haver investigação em curso que buscam a apurar a existência de outros integrantes do grupo os encapuzados”.
Chacina
De acordo com o MPE, no dia da chacina (19 de abril de 2017), Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, teriam seguido até a Linha 15 e, com o uso de armas de fogo e arma branca, assassinaram Francisco Chaves da Silva, 56, Edson Alves Antunes, 32, Izaul Brito dos Santos, 50, Aldo Aparecido Carlini, 50, Sebastião Ferreira de Souza, 57, Fábio Rodrigues dos Santos, 37, Samuel Antonio da Cunha, 23, Ezequias Santos de Oliveira, 26, e Valmir Rangel do Nascimento, de 55 anos.
Os autores foram reconhecidos pelas testemunhas. Segundo o MP, os criminosos percorreram aproximadamente 9 km ao longo da Linha 15, assassinando, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa.