VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
Nataly Helen Martins Pereira, 25 anos, que matou a adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, 16, na quarta-feira (12), para roubar a bebê dela, disse que também esteve grávida, mas que perdeu a criança há seis meses e não contou pra ninguém. Depois disso, ela manteve uma gravidez de fachada.
“Eu estava grávida, perdi o nenê já tem seis meses. Ninguém sabe”, disse Nataly em depoimento à polícia, dando como certeza de que passou por um aborto porque teria visto o feto sair de dentro dela.
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Para sustentar a falsa gravidez, a autora do crime compartilhava, nas redes sociais, vídeos da sua rotina como gestante e anunciava a chegada da sua suposta filha, que se chamaria Denise.
Até mesmo um chá revelação foi realizado.
Enquanto fingia a gestação, ela buscava na rua e em abrigos uma outra criança que pudesse substituir a bebê que perdeu, pois disse que não pode mais ter filhos. Ela já é mãe de três meninos e realizou uma laqueadura.
Reprodução

Questionada pela autoridade policial se não havia contado pra ninguém que tinha perdido a criança, ela confirmou que ninguém sabia, mas disse que conseguiu manter a farsa porque parecia mesmo estar grávida.
“Na verdade parecia, porque mexia, minha barriga cresceu, meu seio estava saindo leite, então é como se eu tivesse, mas eu fiz os exames e eu não estou grávida, não tem neném”, relatou chorando.
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Após confessar que matou Emelly para roubar a criança, Nataly explicou que conheceu a vítima em um aplicativo de mães no WhatsApp e manteve contato com ela por cerca de três meses. A criminosa atraiu a jovem com a promessa de que doaria roupas de bebê para ela, que estava gravida de 9 meses e morava em Várzea Grande.
Elas combinaram de se encontrar na casa do irmão de Nataly, Cícero Martins Pereira Junior, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá.
O crime já havia sido premeditado, pois Nataly tinha chegado mais cedo e cavado uma cova para enterrar o corpo de Emelly.
Para Nataly, assassinar a vítima foi uma oportunidade de realizar o desejo de ser mãe novamente, mas segundo revelou em depoimento, se arrependeu.
“Teve essa oportunidade, infeliz, mas fiz. Me arrependo”, disse.
O caso
Emelly Beatriz Azevedo Sena morava em Várzea Grande e foi atraída por Nataly, que disse que doaria roupas de bebê para a vítima. Elas mantinham contato pelo Whatsapp, pois se conheceram em um grupo de mães no próprio aplicativo de mensagens.

Na quarta-feira (12) Emelly foi ao encontro de Nataly, que estava sozinha na casa do irmão dela. Depois disso, a vítima não foi mais vista e passou a ser procurada pela polícia.
Após conversar por cerca de 30 minutos com a vítima mostrar as roupas para ela, a criminosa deu uma mata-leão na jovem, que desmaiou e caiu no chão.
Depois disso, Nataly amarrou os pés e as mãos da menina e a enforcou com um fio de internet.
Devido ao sofrimento que estava causando na vítima, decidiu colocar duas sacolas na cabeça dela, pra que ela pudesse morrer mais rápido, conforme contou à polícia.
Quando percebeu que a vítima já não tinha mais sinais vitais, arrastou ela até o quarto, onde realizou o parto, fazendo cortes na barriga da jovem com uma navalha e uma faca branca, em formato de T. Depois que retirou a criança, arrastou e enterrou Emelly no quintal.
Após matar e enterrar a menina, Nataly foi até o Hospital Santa Helena, em Cuiabá, em busca de atendimento para a bebê. Lá ela encontrou com seu companheiro, Christian Cebalho e ambos tentaram registrá-la.
Nataly foi submetida a exames e a equipe médica desconfiou que a criança não era dela e acionou a polícia. Os policiais cruzaram as informações com o desaparecimento de Emily e encaminhou o casal para a delegacia.
Por volta das 12h de quinta-feira (13), o corpo de Emelly foi encontrado enterrado no quintal da casa de Cícero.

Além de Nataly, Christian e Cícero, Alédson Oliveira da Silva, cunhado da criminosa, também foi conduzido pela delegacia, porque ele havia ido na casa. No mesmo dia, os três homens foram liberados, pois Nataly confessou ter orquestrado e executado o crime sozinha.
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A bebê está saudável, sob os cuidados da família de Emelly e do Conselho Tutelar.
Veja trecho do depoimento de Nataly Helen Martins Pereira: