DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
O vereador Paulo Henrique (MDB), negou nesta sexta-feira (07), que tenha intermediado a liberação de licenças junto à Prefeitura de Cuiabá para realização de eventos em casas noturnas para lavar dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho na Capital. Ele foi um dos alvos da Operação Ragnatela, deflagrada na quarta-feira (05), que apura o suposto esquema.
"Recebi com muita surpresa. Estava na minha residência e realmente essa situação inesperada. [...] Quem é do ramo de eventos [pergunta]: 'Paulo, como é que eu faço para fazer um tipo de licença?'. Eu falo: 'Olha´, procura fulano de tal na secretaria que ele vai dar o encaminhamento'", disse em entrevista à rádio Cultura FM. "Agora, o que aconteceu depois, eu desconheço. Vereador não libera alvará", emendou.
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Além de vereador, Paulo Henrique é servidor de carreira da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá (SORP).
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De acordo com o inquérito elaborado pela Polícia Federal, ele seria responsável por pagar fiscais da Prefeitura da Capital para emitir licenças ambientais para realização dos eventos do grupo criminoso. Para isso, a investigação aponta que ele recebia propina.
No documento consta que o parlamentar estaria utilizando a conta bancária do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá (Sindraf), do qual é presidente, e de terceiros, para receber os benefícios.
Em relação à compra de uma bolsa de luxo na ordem de R$ 5,9 mil, por meio da conta do sindicato, Paulo Henrique explicou que uma funcionária havia pedido para que ele pagasse a bolsa com o valor de sua rescisão contratual.
"No acerto contratual ela falou 'invés de fazer isso faça isso' e pagou a bolsa dela, mas é através de um acerto de rescisão contratual, tem provas também", alegou.
Já em relação ao Jeep Compass, o vereador justificou que o veículo pertence a sua esposa e que o mesmo foi financiado em nome de uma tia dela em decorrência do nome da esposa dele estar negativado.
"Jeep da minha esposa, na época o nome estava restrito e ela pediu para tia dela financiar o veículo e ela financiou e deu de entrada um outro veículo que ela já tinha, que era um veiculo no valor de R$ 40 mil".
Sobre a doação de telhas, o vereador comentou que contratou a empresa que pertence a Willian Aparecido da Costa Pereira, também alvo da operação, para realizar obra na sede do sindicato, mas negou que tenha recebido qualquer benefício por parte da organização criminosa.
“Respeito o trabalho da polícia, mas eu vejo que também ultrapassaram, isso para mim foi um erro fatal, isso é mentira, é pura mentira que tem nota fiscal. Na época, precisava fazer um galpão para colocar mesa de jogo, uma questão social, e foi feita a cotação de preço e essa empresa foi a mais barata, que é a empresa do William, mas foi feita toda a cotação e essa empresa também é de serralheria e de construção civil, ganhou-se a concorrência e começou a fazer, vai lá quem quiser ver, nós pagamos a empresa, tem recibo”, enfatizou.