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Cuiabá, 22 de Novembro de 2024
22 de Novembro de 2024

07 de Junho de 2024, 16h:34 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO RAGNATELA

Relatório da PF aponta transferências entre empresas do CV e vereador de Cuiabá

Paulo Henrique é apontado como integrante do esquema que lavava dinheiro da facção criminosa.

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT



O relatório elaborado pelas Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) detalha a suposta participação do vereador de Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), no esquema de lavagem de dinheiro para a facção Comando Vermelho por meio de casas noturnas na Capital. A organização criminosa, que supostamente contou com a participação do parlamentar, influencer digital, empresários e servidores públicos, foi alvo da Operação Ragnatela deflagrada na última quarta-feira (05).

De acordo com as investigações, Paulo Henrique, que é servidor de carreira da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá (SORP), seria responsável por pagar fiscais da Prefeitura da Capital para emitir licenças ambientais para realização dos eventos do grupo criminoso. Para tanto, ele recebia 'propina' por meio da conta do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá (Sindraf) o qual é presidente.

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O inquérito que embasou a operação, ao qual o RepórterMT teve acesso, aponta transações entre empresa de Willian Aparecido, o Willian 'Gordão', do Comando Vermelho, em benefício do Sindraf, a exemplo da doação de telhas no valor de R$ 10,4 mil, e movimentações mensais que somaram R$ 67,9 mil no ano de 2021.

"Essas transações, apesar de individualmente de baixo valor, são potencialmente significativas quando consideradas no contexto mais amplo da investigação, tendo em vista que significam a comprovação do vínculo financeiros entre PAULO HENRIQUE e empresas associadas a atividades de lavagem de dinheiro, reforçando ainda mais sua ligação com a ORCRIM", destaca o inquérito.

Reprodução

planilha transferências vereador e cv

 

"Foram identificadas, ainda, sete transações financeiras entre a conta do sindicato presidido por PAULO HENRIQUE e a empresa EXPRESSO LAVA CAR, pertencente a WILLIAM GORDÃO, totalizando R$ 67.900,00", diz outro trecho do documento.

O inquérito segue apontando que foram observadas várias notas fiscais de abastecimento e compra de itens como cigarros e bebidas alcoólicas em postos de combustível como Renascença Auto Posto, Marmeleiro Auto Posto, Leblon Comércio e Transporte de Combustíveis, Panamericano Auto Posto Cuiabá, Auto Posto Canela Ltda, e Posto Leblon Ltda, entre 2018 e 2020. "Isto apesar do fato de que o sindicato não registra veículos em seu nome".

Além disso, houve o pagamento de boletos bancários de grandes valores, sugerindo que o vereador estaria adquirindo bens em nome de terceiros, inclusive laranjas, uma vez que não existem patrimônios registrados em seu nome. Para exemplificar esse indício, a PF identificou que Paulo tem em sua garagem um Jeep Compass, veículo que custa mais de R$ 100 mil.

"Em continuidade ao acompanhamento de PAULO HENRIQUE, os policiais identificaram o veículo JEEP COMPASS, de placas RAS-9A41, estacionado na garagem nº 349, pertencente ao apartamento de PAULO HENRIQUE. Ao consultar o referido veículo, os policiais constataram que ele está registrado em nome da irmã de JOSÉ MARCIO AMBROSIO VIEIRA, a sra. MARIA EDINALVA AMBROSIO VIEIRA. A equipe também flagrou PAULO HENRIQUE conduzindo o referido veículo, o que não deixa dúvidas quanto a sua propriedade de fato", diz trecho de documento. 

Bolsa de luxo

Durante interceptações nos celulares dos envolvidos, a PF identificou que Paulo usava os recursos do sindicato para pagar suas despesas particulares.

Uma bolsa de luxo foi adquirida por ele, pela conta do sindicato, por R$ 5,9 mil. A compra foi feita no dia 28 de fevereiro de 2023 na empresa Troca de Luxo.

"A compra, efetuada com recursos do SINDARF, sugere que o vereador se utiliza das contas bancárias do sindicato para realizar transações pessoais sem que possa identificá-lo como responsável", diz outro trecho do documento.

Reprodução

bolsa de luxo comprada pelo vereador paulo henrique

 

Para os agentes federais, todas as provas arroladas no inquérito comprovam a atuação do parlamentar com o grupo criminoso, valendo-se do cargo para obter benefícios atendendo pedidos da facção 

"Ficou evidenciado que a participação do vereador PAULO HENRIQUE vai além de sua influência política. PAULO HENRIQUE exerce uma espécie de autoridade perante o Secretário Adjunto de Fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá (SORP), BENEDITO ALFREDO GRANJA FONTES, que por sua vez, é o responsável pela elaboração da escala dos fiscais em casas noturnas e eventos realizados em Cuiabá/MT".

Rodrigo Leal, assessor de Paulo - que também foi alvo da operação - seria o elo entre ele, Gordão e Jogador, líderes do Comando Vermelho que executara o esquema milionário.

Outro lado

O vereador Paulo Henrique nega que tenha intermediado liberação de licenças junto à Prefeitura de Cuiabá para realização de eventos em casas noturnas para lavar dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho na Capital. 

"Recebi com muita surpresa. Estava na minha residência e realmente essa situação inesperada. (...) Quem é do ramo de eventos, 'Paulo como é que eu faço para fazer um tipo de licença?', eu falo olha procura fulano de tal na secretaria que ele vai dar o encaminhamento", disse em entrevista à rádio Cultura FM.

Álbum de fotos

Reprodução

Reprodução

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Marlene Rodrigues 07/06/2024

TEM QUE MOFAR NA CADEIA ESSES INFAMES, QUE TIPO DE VEREADOR O POVO ELEGEU? ALIÁS COMO CONSEGUIU SE ELEGER?

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1 comentários