DAFFINY DELGADO
DA REDAÇÃO
Membros de uma suposta organização criminosa, composta por policiais civis e militares, teriam se mobilizado e feito uma "cota" para a contratação de um matador de aluguel, que tinha o objetivo de silenciar o ex-investigador Hairton Borges Júnior, o “Borjão”, delator que entregou o esquema.
A trama consta na denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE), no dia 20 de maio, que tornou 25 alvos da Operação Renegados réus por esquema de corrupção que envolvia roubo, tráfico e também concussão.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
“Borjão” foi informado sobre a tratativa pelo réu Delisflavio Cardoso Bezerra da Silva. Toda conversa foi gravada e encaminhada ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Leia também: Ex-policial civil fez delação e entregou comparsas investigados pelo Gaeco
De acordo com a denúncia, Delisflásio Bezerra era um informante do grupo criminoso. No dia 21 de abril deste ano, ele procurou o delator Hairton Borges e contou sobre os planos de outros integrantes do grupo.
Imagens de um encontro entre o policial civil Edilson Antônio da Silva, apontado como líder da quadrilha, o investigador Paulo da Silva Brito e o policial aposentado Evanir Silva Costa, foram obtidas pelo MPE.
O encontro foi realizado na conveniência do Posto Santa Elisa, em Cuiabá, no dia 11 de fevereiro, e teve o intuito de discutir detalhes da "cota" destinada a pagar um pistoleiro.
Outro delator, Daniel de Paula Melo, também procurou o Gaeco no dia 26 de abril, para entregar gravações de conversas que manteve com outros membros da quadrilha, onde mostra que eles sabiam do acordo de delação premiada.
Leia mais:
Gaeco prende quadrilha de policiais civis e militares que liberavam roubo e tráfico em MT
MP denuncia policiais que "tomavam" dinheiro de bandidos em MT
Operação Renegados
A Operação Renegados foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em 04 de maio. Na ocasião, foram cumpridos 44 mandados, sendo que destes, 22 foram de prisão preventiva.
A operação é resultado de um Procedimento de Investigação Criminal (PIC) instaurado no Gaeco e inquéritos instaurados pela Corregedoria-Geral da Policial Civil.
Segundo o Gaeco, a organização criminosa era comandada por policial da ativa, que utilizava técnicas de investigação com o uso de equipamentos da Polícia Judiciária Civil, além da facilidade de ser chefe de operação de uma delegacia de Cuiabá, para facilitar e encobrir as ações criminosas do grupo.