KARINE ARRUDA
DO REPÓRTERMT
O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve a prisão do procurador Luiz Eduardo de Figueiredo Rocha e Silva, de 45 anos, autor do assassinato do morador de rua Ney Muller Alves Pereira, 42. Em audiência de custódia realizada na tarde desta sexta-feira (11), o magistrado converteu a prisão em flagrante pela prisão preventiva.
Luiz Eduardo, que é procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), foi preso na tarde dessa quinta-feira (10), quando se apresentou à polícia na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá, e confessou o assassinato do morador de rua. Na ocasião, ele entregou aos policiais a arma de fogo e o veículo, uma caminhonete Land Rover, utilizados no crime.
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De acordo com o delegado Edison Pick, que é responsável pelo caso, o crime foi motivado porque, pouco antes do assassinato, a vítima teria danificado o carro do procurador. Diante dessa e demais circunstâncias, Pick acredita que a ação foi premeditada pelo assassino, haja visto a maneira como que ocorreu.
“Momentos antes do homicídio, o suspeito estava jantando em um posto de combustíveis na companhia da família, quando a vítima começou a depredar alguns veículos que estavam estacionados no local. O suspeito foi até o veículo, verificou o dano, voltou para jantar, levou sua família para casa, procurou a guarnição da polícia militar no Shopping Três Américas, relatou os fatos, foi até o posto policial do bairro Boa Esperança, relatou os fatos e, quando estava voltando para sua residência, encontrou com o suspeito no caminho e efetuou o disparo”, explicou o delegado em coletiva realizada na manhã desta sexta (11).
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Conforme apontado pelo inquérito policial, o procurador deverá responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e emboscada.
Assassinato
Ney Muller foi morto com um tiro na cabeça na noite de quarta-feira (10), na calçada da Avenida Edgar Vieira, no bairro Boa Esperança, ao lado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele foi baleado por Luiz Eduardo, que trafegava pela região em uma caminhonete Land Rover.
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Ao avistar o morador de rua, Luiz chamou a vítima para próximo do carro, momento em que ele se aproximou do veículo e o procurador atirou. Após o disparo, o motorista fugiu em alta velocidade sentido Avenida Fernando Corrêa da Costa.
Nota da defesa
Em nota encaminhada ao , o advogado Rodrigo Pouso, que responde pela defesa do procurador, informou que, durante audiência de custódia, solicitou o relaxamento da prisão e a liberdade provisória do assassino, caso a primeira opção não seja atendida.
"O advogado Dr. Rodrigo Pouso Miranda, do escritório Pouso Miranda Advogados, responsável pela defesa técnica de Luiz Eduardo de Figueiredo Rocha e Silva, informa que, durante a audiência de custódia realizada na tarde de hoje, foram apresentados os seguintes pleitos:
1. Relaxamento da Prisão em Flagrante: A Defesa argumentou que não estavam presentes os requisitos legais para a configuração do flagrante, uma vez que o Sr. Luiz Eduardo apresentou-se espontaneamente à autoridade policial, mediante agendamento prévio, demonstrando sua intenção de colaborar com as investigações.
2. Liberdade Provisória: Alternativamente, caso o juízo não acolhesse o pedido de relaxamento, foi pleiteada a concessão de liberdade provisória, sustentando que não se verificam os pressupostos para a decretação da prisão preventiva, tornando desnecessária a manutenção da custódia cautelar neste momento processual. Entretanto, os argumentos apresentados pela Defesa Técnica não foram acolhidos pelo juízo da custódia. asA Defesa Técnica continuará analisando as medidas cabíveis para assegurar a liberdade do Sr. Luiz Eduardo, reafirmando seu compromisso com a legalidade e os direitos fundamentais".