JOÃO AGUIAR
APARECIDO CARMO
O secretário de Estado de Segurança Pública, César Roveri, afirmou que um inquérito policial foi aberto para apurar a denúncia feita por uma policial penal que diz ter sofrido importunação sexual por parte de outros agentes, durante um curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal (GIR). Além disso, afirmou que a capacitação segue suspensa até a apuração dos fatos.
A denúncia veio à tona nesse sábado (14). Em áudio, a vítima relata que teria sofrido tortura por parte dos abusadores que usaram gás lacrimogêneo e outros artifícios de "controle de multidões". Em dada situação um agente teria passado a mão em seu corpo, outra vez ela teria sido espionada pelo mesmo policial.
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Roveri lamentou a situação. “Nós não compactuamos com essa situação, com nenhum tipo de violência ou qualquer tipo de abuso. Então, todas as providências foram e estão sendo tomadas com relação a este caso, resguardando a vitima”.
“A Polícia Civil de imediato tomou todas as providências, instaurou inquérito policial. Já no sábado ouviu várias testemunhas e já ouviu algumas das pessoas suspeitas da situação denunciadas no boletim de ocorrência”, completa.
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Ainda conforme o secretário, o curso seguirá suspenso até o fim das investigações. “O curso segue suspenso. Até que a gente tenha a apuração dos fatos, nós manteremos a suspensão do curso. Preferimos aguardar todo o desfecho das investigações para aí sim nós termos um relatório completo do que realmente aconteceu”, concluiu.
Entenda o caso
No sábado, veio a tona a denúncia de uma policial penal que diz ter sofrido importunação sexual por parte de outros agentes, durante um curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal (GIR).
A vítima relatou que em dada situação um agente teria passado a mão em seu corpo, outra vez ela teria sido espionada pelo mesmo policial.
"Ele já havia passado a mão em mim, no meu corpo e eu fiquei quieta. Outra vez ele tinha ido me espionar tomar banho no banheiro e eu fiquei quieta. E por último, ele foi na janela e abriu para espionar a gente trocar de roupa pelada", relatou a vítima, se referindo ainda a outras cinco mulheres que estavam na base, onde ocorria o curso.
Após realizar a denúncia de importunação sexual, a vítima teria sido vendada e torturada por três policiais penais, nenhum deles seria o agente que abusou dela.
"Bateram no meu rosto, queimaram meu rosto com gás o tempo todo. Jogaram gás no meu rosto o tempo todo, jogaram a espuma, mais de dois litros em mim. Queimaram meu rosto, minha boca porque eu registrei... eu não sou criminosa, eu sou a vítima", disse a policial penal.