THIAGO STOFEL
REPÓRTERMT
Um vídeo a que o RepórterMT obteve acesso mostra o motorista da Prefeitura de Cuiabá, Jeferson da Silva, de 30 anos, no elevador de um edifício retirando alguns de Paulo Witer Farias Paelo, o “W.T”, logo após o líder do Comando Vermelho ter sido preso em Macéio (AL), durante a “Operação Apito Final”, que investiga um esquema criminoso que lavava o dinheiro do tráfico de drogas com comércios e futebol amador em Cuiabá.
Nas imagens, é possível ver o momento em que o servidor da Prefeitura carrega um saco preto com vários objetos de W.T. As investigações da Polícia Civil descobriram que o apartamento é registrado no nome de Jeferson, mas o imóvel foi adquirido pelo criminoso apontado como líder do esquema de lavagem de dinheiro.
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Além do servidor, uma mulher que ainda não teve seu nome revelado foi presa em sua residência no bairro Jardim Florianópolis, na Capital.
Ambos são considerados “testas de ferro”, de W.T., e comumente usavam de seus nomes para adquirir bens para o criminoso.
A equipe de investigação chegou até o servidor ao notar que ele não teria condições financeiras de adquirir um imóvel como o que constava em seu nome. Ele era motorista da empresa pública de limpeza urbana da Capital, com um salário bruto de R$ 3,6.
Operação Apito Final
Em uma investigação que durou quase dois anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele usou comparsas e familiares como testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.
A operação foi deflagrada no dia 2 de abril deste ano, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumprir 54 ordens judiciais, que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis.
No bairro, Witer montou uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas e eventos esportivos.
A investigação da GCCO apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.
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