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Cuiabá, 30 de Janeiro de 2025
30 de Janeiro de 2025

30 de Janeiro de 2025, 14h:55 - A | A

POLÍCIA / EM ALA LGBTQIA+

VÍDEO - Preso estuprado na cadeia relata que foi dopado com suco "batizado"

O caso aconteceu na noite de segunda-feira (27), em Tangará da Serra.

VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT



O preso de 46 anos, que foi dopado e estuprado por sete presidiários no Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra (239 km de Cuiabá), relatou em depoimento à polícia como tudo aconteceu. O caso foi registrado na noite de segunda-feira (27), na ala 12 da penitenciária, que é destinada aos presos LGBTQIA+.

Em um trecho do depoimento, divulgado pelo VG Notícias, o detento conta que apesar de a ala ser exclusiva, ela acaba sendo usada também por outros presos. “A ala é específica LGBT, só que nem todo mundo que tá lá é o público que deveria estar lá”.

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Aos policiais, ele contou que seu companheiro também estava preso lá, mas foi transferido para outra unidade e então os outros presos começaram com “gracinha”. “Bora fazer um sexo, bora fazer isso, bora fazer aquilo”, era o que os demais detentos diziam, segundo a vítima.

Ele contou que no dia do estupro, os presos foram levados pela administração do Centro de Detenção para pegarem os remédios psicotrópicos, como é feito toda segunda-feira de manhã. Os remédios são entregues semanalmente, ou seja, a quantidade suficiente para ser usada pelo período de sete dias. Segundo o preso, ele tomou a sua dose do dia e os demais remédios sumiram.

No período noturno, os presos fizeram um suco e usaram os remédios que haviam sumido para "batizar" o copo da vítima. Após tomar a bebida, ele conta que começou a ficar tonto.

Eu vi que tava começando a fica mole, foi quando começou. Eles querendo fazer sexo e eu falando que não”, relatou.

Foi neste momento em que um dos detentos segurou a vítima e os demais praticaram o ato.

No depoimento ele contou que gritou por socorro, mas foi ignorado pelos policiais penais. Além disso ele conta que foi ameaçado de morte pelos outros presos, se contasse o que aconteceu. "Eu chamei, eu gritei. Fui lá na policial penal [...] e ela perguntou: 'Uai, você não gosta? Você está na sua ala e é para fazer isso mesmo'".

Assista ao vídeo do depoimento:

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus-MT) e pediu um posicionamento sobre as declarações feitas pelo preso. Como resposta, a pasta manteve a nota encaminhada na quarta-feira (29), na qual afirma que toda a assistência necessária foi e está sendo prestada à vítima.

Íntegra da nota:

A Secretaria de Estado de Justiça de Mato Grosso (Sejus MT) informa que prestou todos os amparos necessários para atender o reeducando do Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra que foi vítima de estupro na noite dessa segunda-feira (27). O detento foi levado para uma unidade de saúde, recebeu atendimento médico, passou por exame de corpo de delito e foi levado para a delegacia, onde o caso foi registrado e a vítima foi ouvida.

A Polícia Penal está colaborando com a investigação da Polícia Civil e a Corregedoria vai apurar se houve alguma falha na execução dos procedimentos de socorro à vítima.

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