ANDRÉIA FONTES
DA REDAÇÃO
“Filha, ela morreu, você tem que ser forte, ela está morta”. Foi deste jeito que Gaby Cestari, mãe da adolescente B.O.C., de 14 anos, contou a ela que Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos, não tinha sobrevivido ao disparo de arma de fogo.
O relato é de uma vizinha da família Cestari, a empresária Cleonice Aparecida da Cruz, em depoimento à Polícia Civil no inquérito que apura o homicídio.
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Foi Cleonice que entregou à Polícia as roupas usadas pela adolescente B. no momento que Isabele foi atingida pelo disparo. A menor foi até a casa da vizinha, mãe do namorado da irmã dela.
Ela afirmou que não se recorda a hora que o filho abriu a porta do seu quarto desesperado, falando: “mãe aconteceu um acidente, aconteceu um acidente, foi a Bel mãe... e as meninas estão aqui embaixo”.
Cleonice diz que desceu e encontrou as três irmãs na casa e que “aparentavam estar desesperadas”. Ao perguntar o que havia acontecido, uma das irmãs respondeu e ao questionar como tinha acontecido, a adolescente que estava com a arma disse: “eu não sei, a maleta caiu”, chorando “desesperadamente”.
Que depois de algum tempo, a mãe das adolescentes chegou à casa, segurou a filha pelo braço e revelou que a amiga estava morta. As adolescentes voltaram para a casa delas algum tempo depois, chamadas pela Polícia. O filho também foi.
A depoente disse que quando a Polícia já tinha ido embora, e o filho retornou para casa, perguntou onde ele estava no momento do tiro, sendo que o adolescente respondeu que estava com a namorada na parte debaixo da casa.
Cleonice informou que no dia seguinte ligou para a psicóloga que acompanha a família, que orientou que ela não ficasse questionando o filho, que uma hora ele ia falar. Também orientou que quando ele fosse chamado pela polícia, que falasse a verdade e tentasse manter a calma.
Ainda na segunda-feira após a morte de Isabele, Cleonice encontrou roupas de adolescentes na sala da casa, sendo que o filho informou que eram de B. e da irmã. As roupas foram entregues pela empresária à Polícia.
Ela ainda disse que “ouviu dizer” que em dezembro do ano passado houve um acidente com “pólvora” na casa da família Cestari, mas não há mais informações no depoimento.