FRANCISCO BORGES
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos (PSDB), disse que não viu como uma afronta o decreto do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), vetando a intervenção do Estado nas obras inacabadas da Copa do Mundo 2014, na Capital.
“Eu entendo o que se passa na cabeça dele”, disse Wilson, se referindo ao fato de Emanuel assumir, pela primeira vez, o comando do Executivo. O tucano foi prefeito da Capital em duas ocasiões.
“Faço votos para que ele [Emanuel] vá bem, porque se ele vai bem a cidade vai bem e todos ganham. Eu estou de portas abertas, na Secid, para fazer parcerias e ajudar o Município, levando em conta principio da colaboração entre os entes federados”, acrescentou.
Em seu primeiro dia de gestão, na segunda-feira (2), o prefeito assinou 13 decretos - entre eles, o que proíbe o Estado de fazer obras na Capital - notadamente as da Copa do Mundo -, sem autorização da Prefeitura.
Na ocasião, Emanuel afirmou que “Cuiabá não é a casa da mãe Joana. Cuiabá tem uma gestão, tem quem responde por ela. O uso e ocupação de solo e qualquer ação ou atividade, em Cuiabá, tem que ter autorização do Município".
Wilson Santos disse que não pretende atrapalhar o Município, ainda que o Estado necessite realizar alguma reparação nas obras que ainda não foram completamente entregues à população e que eram previstas para o Mundial de 2014.
Uma das principais obras é a de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A execução do modal de transporte, em Cuiabá e Várzea Grande, não chegou a 50% e está parada desde o fim de 2014.
Para o secretário de Cidades, houve "uma polêmica desnecessária" em torno do decreto do prefeito de Cuiabá, o que, segundo ele, contribuiu para que a medida administrativa parecesse uma medida ruim e que provocasse um embate entre o Governo do Estado e Prefeitura da Capital.
Porém, segundo Wilson, após os esclarecimentos dos pontos do decreto pelo próprio Emanuel, “ficou tudo certo”.
“Eu li o decreto e não vi nenhuma declaração de guerra. Nada de mais”, completou.
Fiscalização
A Secretaria de Cidades é uma das principais pastas atingidas pelo decreto, pois está com a responsabilidade de não só destravar o VLT, mas também de terminar as obras iniciadas em 2014 e que ainda não foram concluídas.
Nesta semana, Emanuel Pinheiro informou que uma equipe já foi formada para levantar os danos causados à cidade pelas obras da Copa.
Essa obras foram iniciadas na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Na ocasião, o agora prefeito de Cuiabá era deputado estadual e integrava a Comissão de Fiscalização e de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo da Assembleia Legislativa.
Em entrevista, ele também negou que o polêmico decreto seja uma "declaração de guerra" à gestão Pedro Taques (PSDB).
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