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DA REDAÇÃO
Márcia Goldschmidt trocou o Brasil por Portugal há quase três anos para se casar com o advogado português Nuno Rego. Ao lado do marido, a apresentadora realizou o sonho de ser mãe novamente aos 50 anos.
Do relacionamento com Nuno, nasceram as gêmeas Victoria e Yanne. Mas, quando as bebês tinham apenas cinco meses, veio a surpresa. Yanne foi diagnosticada com uma doença grave no fígado, que podia até levar à morte.
— O que aconteceu comigo é bem daquelas coisas que você acha que só acontece com os outros. Ou que só acontece na novela. O que aconteceu comigo não quero que aconteça com ninguém.
Yanne tem atresia de vias biliares, uma alteração em canais do fígado que, além de atrapalhar a digestão, provoca cirrose e necrose do órgão. A doença afeta uma criança em cada oito mil nascimentos no Brasil.
Segundo Alcides Salzedas, presidente da Associação Paulista de Cirurgia Pediátrica, o maior problema é a doença ser confundida com outro mal: a icterícia.
— A icterícia perto do nascimento é muito comum. A criança ficar amarela é muito comum. Então existe um conceito de normalidade sobre aquilo: “Ah, isso é normal, toda criança fica um pouquinho amarela depois do nascimento e isso melhora espontaneamente”. O problema é justamente esse, as que não melhoram, passam 15 dias, 20 dias... Pelo contrário, ela passa a piorar, as crianças passam a ter fezes esbranquiçadas. Isso é o que deve chamar a atenção.
Yanne precisava de um transplante de fígado. O doador compatível foi Jimmy, de 19 anos, filho do primeiro casamento de Marcia Goldschmidt.
— Quando eu saí do quarto onde eu estava no hospital e vi que ela estava bem, que foi por causa de um órgão meu que ela estava bem, foi emocionante. Se alguém puder doar um fígado ou outro órgão, faça. Você vai perder uma semana, duas do seu dia a dia e você salvou alguém.
O transplante aconteceu em novembro, em São Paulo. Os médicos acreditam que em seis meses o fígado de Jimmy já estará regenerado. Yanne passou duas semanas internadas, mas já está na casa da apresentadora no Brasil.
Márcia Goldschmidt acredita que só suportou tudo porque não parou para pensar no que estava acontecendo.
— Eu tive uma postura proativa. Eu não parei um minuto. Há 14 meses eu não sei o que é descansar, que eu não sei o que é pensar em mim. Eu vivi esses 14 meses pensando nas minhas filhas. Não só na Yanne, porque a Victória acabou levando esse peso. Não podia dar tanta atenção para ela pela minha concentração na Yanne.