FERNANDA ESCOUTO
DO CONEXÃO PODER
O conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ulisses Rabaneda, afirmou, em entrevista ao Conexão Poder, nesta sexta-feira (7), que a advocacia mato-grossense vive momentos de tensão.
Segundo Rabaneda, essa situação ficou ainda mais clara após o assassinato do advogado Renato Nery, em julho de 2024, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. Nery foi baleado sete vezes em frente ao escritório em que trabalhava.
“A advocacia é uma profissão de risco e hoje se demonstra com o que vem acontecendo. Um ex-presidente da OAB ser assassinado, friamente, na frente do seu escritório, às 8h, em uma das avenidas mais movimentadas de uma Capital. Absolutamente grave, como todo homicídio, mas aqui temos um fator que é em razão do exercício profissional”, disse Rabaneda.
Na quinta-feira (6), uma operação da Polícia Civil prendeu três envolvidos na morte de Nery, sendo dois policiais militares e um caseiro, que seria o executor do crime.
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“A mesma gravidade que se tem, ao atentar contra a vida de um magistrado, porque ele vai sentenciar alguém, se tem contra o advogado, porque ele está atuando a favor de alguém em juízo”, ressaltou o conselheiro do CNJ.
Além de Nery, outro homicídio marcou a classe da advocacia, que foi o caso de Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023, também em frente ao escritório de trabalho.
“Hoje, por exemplo, advogados que trabalham na área agrária, violência doméstica, que trabalham até mesmo na área cível de grandes questões, estão vulneráveis. O Estado precisa ter uma visão pata isso, porque são casos recorrentes”, pontuou.
“Nós estamos falando da lesão maior, que foi o homicídio, mas há diversos casos de agressões, de ameaças, imagina um advogado trabalhar com temor? Ele não consegue exercer sua profissão, como qualquer outro profissional. É muito preocupante”, concluiu.
Assista a entrevista na íntegra:
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