CARLOS RYDLEWSKI
DO METRÓPOLES
O dólar à vista abriu em movimento de leve baixa nesta quinta-feira (19/12). No início do pregão, ele registrava recuo de 0,33%, R$ 6,24. Oscilando bastante, porém, pouco depois mudou a trajetória, chegando a R$ 6,29. Na véspera, a moeda americana disparou, fechando na maior cotação da história, a R$ 6,26. O avanço foi de 2,82%, a maior elevação percentual desde novembro de 2022, quando subiu 4,10%.
A nova alta ocorreu mesmo depois de o Banco Central (BC) ter promovido um novo leilão de venda à vista nos primeiros minutos do pregão. A medida tinha como objetivo de conter o avanço do câmbio.
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Em 2024, o real enfrenta um dos piores desempenhos em relação ao dólar dos últimos 25 anos. Até segunda-feira (17/12), a moeda brasileira acumulava desvalorização de 21,52%, patamar próximo do registrado em 2020, ano da pandemia, quando ela recuou 22,44% (de acordo com o dólar Ptax, calculado pelo Banco Central).
“A diferença entre os dois períodos é de 0,92 ponto percentual, refletindo um cenário de pressão cambial persistente e desafios econômicos”, diz Einar Rivero, sócio da consultoria Elos Ayta e autor da estimativa.
Para analistas, a alta do dólar ocorre por fatores externos, como pelas incertezas causadas pelos juros americanos, a eleição do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, mas também por especulação interna. Na avaliação de analistas de mercado, contudo, a grande pressão sobre a moeda americana é exercida pelas expectativas do mercado financeiro sobre como ficará o pacote de cortes de gastos, enviado pelo governo federal ao Congresso.
Na quarta-feira, o mercado também estava tenso com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que decidiu cortar novamente a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto percentual. Com isso, ela ficou no entre 4,25% e 4,50% ao ano.